Sunshine

Capítulo 33

Seo-joon narrando

Cheguei na portaria e vi um homem conversando com Sunshine, aquilo fez meu coração disparar. Ainda bem que decidi almoçar com ela.
Fui dirigindo o mais rápido que pude, mas não consegui ver o rosto dele.
Aparentemente ele não deve ter falado nada de mais pra Sun, pois ela estava calma.
Queria descer do carro já perguntando o que aquele cara estava fazendo aqui.
Controlei minhas emoções, peguei nosso almoço e desci do carro. Aliás eu sou um psiquiatra e um terapeuta, sei muito bem como controlar as emoções, ou pelo menos achava que sabia.

Toda raiva e ciúme foi por água abaixo quando Sun agarrou no meu pescoço.
Ela com esse jeito meigo me desarma.
Uma das coisas que me encanta nela é a transparência, nem precisei perguntar sobre "o cara", ela já foi falando.
Tenho sentido ciúmes de Sun, mas nada exagerado. Só não quero que ninguém se aproveite dela.
Eu sou louco de deixar minha querida Sun ser assediada por aí?
Ela estava tão animada que nem reparou na roupa transparente, daí eu tive que falar.

- Você está com ciúmes Seo-joon ?

Eu não menti, falei que eu estou com ciúmes mesmo.
Ela com o jeito fofo dela, me encheu de beijos.
Como eu amo essa mulher.

Fiquei mega feliz por ela ter comprado uma casa no mesmo lugar que eu, apesar de não precisar. Mas eu não posso proibi-la das coisas.
Fomos ver a casa, a casa era linda. Amei logo de cara.

Sun me olhava com aqueles grandes olhos azuis, enquanto estávamos almoçando. Eu contei como foi meu dia no consultório, ela realmente gostava de ouvir.
Após o almoço, subimos para ela me mostrar o terceiro andar. Nossa, aquilo era uma coisa linda. Eu sempre quis um lugar assim com o teto solar. Dava pra ver perfeitamente o céu, ainda tinha o mar, imaginei o pôr do sol dali.
Olhei para baixo e vi a piscina, já imaginei as crianças correndo em volta da piscina. Era cedo pra pensar nisso?

Descemos e fomos caminhando de mãos dadas. Não é que o tal do Mariano apareceu novamente...
Segurei firme a mão de Sun, levantei meu corpo e coloquei a outra mão no bolso.
Pelo menos ele era educado, mas era muito bonito também.
Daí veio com a pergunta, se conhecíamos os moradores da casa ao lado.
Como eu já estava procurando um jeito de me apresentar como namorado da Sun, já aproveitei a oportunidade.

- Sim, vamos nos casar e morar aí em breve. - Respondi sem exitar. - Sun me olhou de soslaio e prendeu o riso.

Daí ele veio com aquele papinho que gosta de mulheres mais velhas, não colou pra mim.
Após nos despedirmos fomos em direção a nossa outra casa, no caso a minha.

- Quer dizer que vamos nos casar e morar lá final da rua? - Ela riu pra mim.

- Você escolhe se quer ficar aqui ou lá. - Eu segurei o rosto dela e dei um beijo demorado em seus lábios. - Eu que não vou dar mole, pra ninguém achar que você está sozinha.

- Olha... Meu "ciumentinho".

- Ciumento e possessivo. Esperei você por quatorze anos, vou te proteger com unhas e dentes e marcar território. Eu te amo meu amor, você é tudo o que eu tenho.

- Eu não te julgo, também tenho ciúmes de você. Fico imaginando as propostas das mulheres pra você. Mas esse é o preço de ter "um quase marido" gato desse.

- Você está debochando de mim? É? - Eu fui chegando perto dela e enfiei a minha mão em sua nuca. - "Quase marido..." - A puxei e tomei seus lábios.

Voltei para o trabalho com um enorme sorriso no rosto. Como Sun me faz bem.
Antes de sair de casa, achei um anel dela perdido na ilha na cozinha. Guardei no bolso e estou pensando em fazer uma surpresa pra ela.
Não moramos tão longe de Veneza, amanhã não tenho pacientes, vou levá-la pra passear.

Antes e chegar no consultório, passei em uma joalheria. Dei a medida do anel e escolhi o modelo que eu queria pra ela e pra mim.

- O senhor já pode até levar, temos as suas medidas aqui.

- Ótimo, vou pagar no débito.

Estava ansioso para chegar logo em casa,como eu queria ver Sun.
Acabei meus atendimentos e estava pegando minhas coisas para ir embora. Meu celular começou a vibrar.

- Alô?

- Oi filho, tudo bem?

- Oi pai, a benção.

- Deus te abençoe, estou vendo pra ir pra aí daqui há quinze dias.

- Ótimo. Tenho novidades, mas só conto quando o senhor chegar.

- Tá ok. Quando eu for eu aviso.

- Tudo bem. Fica bem. Tchau.

- Tchau.

Entrei no carro e comecei a dirigir, tive a impressão de estar sendo seguindo. O carro parecia com o de Pablo, lembro de ter visto aquele USV na frente do prédio da empresa de Sun e também no estacionamento.
Liguei pra Sun e disse que ia demorar um pouco. Acelerei um pouco e peguei um retorno, ele não consegui me acompanhar e ficou preso no sinal.
Saber onde eu trabalho ele já sabe, mas onde eu moro ele não sabe.
Pra quê ele está me seguindo?
Qual sua intenção?
Tenho que contratar uns seguranças pra Sun.
Estacionei o carro e ela estava na porta me esperando, vi quando levantou do sofá e caminhou até a porta. Ficou parada ali enquanto eu estacionava o carro.

- Oi meu amor. Como foi seu dia? - Ela me deu um beijo demorado.

- Cansativo. Mas amanhã vamos relaxar um pouco. Vou levar você pra passear.

- Devo me vestir como?

- Como você quiser, vamos conhecer um pouco da Itália.

- Ah, tem um lugar que eu gostaria de conhecer. Um vinhedo.

- Podemos ir lá também. - Dei um beijo nela. - Vou subir pra tomar banho.

- Eu vou com você.

- Tomar banho? - Meus olhos arregalaram e minha boca ficou em formato de O.

- Não. - Ela começou a rir. - Eu fico sentada na cama, te esperando sair.

- Olha, eu suei frio agora. - Meu rosto latejava de tanto que estava vermelho e ela rindo de mim.

- E quando eu tiver que tomar banho com você? - Ela parou na minha frente.

- Aí vai ser diferente. - Puxei ela e dei um beijo. - Me aguarde - Sussurrei no ouvido dela.

- Agora quem suou frio foi eu. - A pele dela estava arrepiada.