𝐑𝐢𝐝𝐞 𝐎𝐫 𝐃𝐢𝐞

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"Se tem algo que Tom Kaulitz me ensinou, foi a nunca confiar em ninguém."

O corpo de Niragi agora estava no chão, sem forças para se levantar e sangue saindo de seu perfuramento na barriga, antes que ele pudesse atirar em mim eu atirei nele, foi tudo estratégia, eu nunca me renderia aquele homem nojento.
Por incrível que pareça a restante máfia estava tão em choque que nem sequer se moveram, seu chefe estava no chão gritando de dor e todos estavam imóveis, sem se defender.

Eu corri para Tom, parecia que estava correndo uma eternidade, porquê parecia que ele estava tão longe? Com seus braços aberto afundei meu rosto em seu peito e ali desabei, pude sentir o coração acelerado de Tom, ele acariciava meu cabelo e beijava meu coro cabeludo abaixo dele.
Deixei as lágrimas se libertarem, minhas mãos apertavam sua camiseta, aquele momento desesperador me atormentando como uma martelada em minha cabeça.

"Está tudo bem, já está tudo bem, você está comigo agora." - Ele repetia em um tom baixo, enquanto tentava acalmar o desespero que eu sentia.
Ele estava sendo carinhoso e protetor agora, me perguntava até quando isso iria durar.

"Precisamos ir." - Ele me levou até o carro cuidadosamente e acenou para os demais, insinuando que deveríamos prosseguir.

As lágrimas haviam secado por sua vez, mas meus olhos continuavam em um pensamento profundo, agora Tom dirigia pela estrada escura, com a mão em minha perna, como se estivesse guardando algo precioso.

• Tom's POV •

Aquilo poderia ter sido pior, quando Bill me pediu para confiar nela, me perguntei se havia algo que ele sabia e eu não, não que eu ache que Cat é fraca o suficiente para se render a Niragi tão facilmente, mas havia tanto desespero nos olhos dela que acabei por me questionar.
A maneira com que ela me agarrou após seu ato corajoso foi intenso, ela me agarrou com tanta força que eu consegui sentir a dor por ela, a verdade era que eu me senti desesperado por vê-la nos braços de Niragi, ver aquele homem tocando nela como se fosse dele me irritou tanto, eu não suportava essa ideia de um homem tocar nela a não ser eu.

O silêncio predominava o carro, Cat olhava pela janela com seu olhar profundamente pensativo.
"Estou orgulhoso de você, Cat."
Eu disse tentando manter contato visual com a estrada e com ela ao mesmo tempo, mas ela não me respondeu, nem sequer olhou para mim, quando me apercebi, haviam lágrimas em seu rosto novamente, ela estava chorando denovo?

"Cat? Oque há de errado?" - Perguntei com uma das mãos no volante e outra em sua perna, dessa vez eu mexia minha mão, fazendo carinho em sua perna, ela rapidamente olhou para minha mão e desviou a perna com um olhar assustado, como se ela tivesse medo do meu toque, e talvez ela tinha.

"Pare o carro." - Ela pediu mergulhada em lágrimas.
Assim o fiz, parei o carro, ela saiu dele em pânico, do mesmo jeito que ela ficou quando Hanse foi embora, respiração ofegante, choro descontrolado e leves gemidos querendo falar algo importante mas algo a impedia, seria isso um ataque de pânico novamente?

"Que porra está acontecendo com você?!" - Eu pus a questão indo até ela, eu via ela se afastar de mim enquanto eu tentava me aproximar e entender oque estava acontecendo.

"Não me toque, porfavor!" - Ela implorou, ela continuava se afastando de mim, como se estivesse com medo que eu lhe agredisse, podia ver que havia tanto em sua cabecinha, e eu não sabia.

"Eu não vou! Apenas me diga oque está acontecendo." - Suas mãos foram parar em sua cabeça, como se houvesse vozes que não se calavam, ela negava para si mesma repetidamente aquilo estava me assustando, não havia mais ninguém ali, apenas nós, os restantes tomaram o rumo para casa.
Eu tive que quebrar minha pequena promessa e encostei nela, a empurrei para o capô do carro, para que eu pudesse focá-la em mim até que se acalmasse, ela se rebatia e gritava como se alguém lhe estivesse espancando.

"Olhe para mim!" - Tentei abafar seus gritos e chamar sua atenção, ela estava descontrolada, totalmente fora de si, ela soluçava com seu choro, que porra havia acontecido naquele carro?
Peguei no pequeno rosto dela a fazendo olhar para mim, ela arranhava o meu peito com suas unhas vermelhas, agarrei em seus braços os prendendo em cada lado de sua cabeça, juntei nossas testas e a olhei profundamente.

"Já acabou! Está tudo bem agora, eles não iram voltar!" - Se eles iriam voltar ou não, eu não tinha certeza, ainda não tinha aquele sentimento de fim, porém eu fazia de tudo para acalmá-la.
"Cat, olhe para mim.....não há qualquer mal á sua volta okay?" - Ela se silenciou finalmente, seus olhos olhavam para os meus, mas seu peito ainda descia e subia brutamente, eu sorri querendo indicar conforto.

"Não há ninguém?" - Perguntou ela com a voz trémula.
"Ninguém." - Eu respondi.

"Eu quero ir para casa." - Cat pediu com uma lágrima no canto do olho, aquela lágrima que teria sido a última a cair do momento eufórico.
Eu assenti e com calma a peguei no colo, a sentei no banco passageiro com delicadeza coloquei seu cinto, queria que ela soubesse que agora havia segurança.

Enquanto meu carro e eu percorríamos a trajetória até casa, olhei para o rosto adormecido ao meu lado, ela estava tão cansada, aquele rostinho pálido e machucado depois de tanta coisa.
A garagem se abriu, entrei com o carro pela garagem a dentro, e ela continuava dormindo profundamente, a tirei do carro da maneira mais silenciosa possível, para que ela não acordasse, no meu colo sua respiração combatia meu peito, eu subia as escadas indo em direção ao nosso quarto, com o pé empurrei a porta e assim a deitei na confortável cama.
Fui até a porta do quarto e vi Harley passeando aleatoriamente pelos corredores.

"Psiu." - A chamei, fazendo a garota dar um pulo e olhar para mim desconfiada.
"Cat está dormindo e preciso que você troque a roupa dela."
Harley assentiu se aproximando da porta e olhando para Cat em um sono profundo.

"Eu acho que ela precisa de um banho." - Supôs a cacheada.
"Não a acorde, amanhã ela toma banho quando acordar, apenas não a acorde." - Avisei a garota que soltou um rosnar ao meu tom de arrogância, ela então entrou no quarto e foi até o guarda-roupa de Cat, procurando por uma camiseta confortável e larga para Cat poder usar, apontei para uma de minhas camisetas que estavam ali no meio, eram totalmente largas e confortáveis, Harley então a pegou, voltando em direção a Cat.

"Você vai ficar aí olhando?" - Murmurou ela baixinho, eu rapidamente me apercebi, lhe lancei uma revirar de olhos e fechei a porta, ficando então do lado de fora do quarto.

Ultraviolence - Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora