𝐋𝐢𝐯𝐞 𝐅𝐚𝐬𝐭, 𝐃𝐢𝐞 𝐘𝐨𝐮𝐧𝐠

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2 semanas.
Acho que nunca passei tanto tempo afundada em uma cama.
Para ser sincera ultimamente eu estava rodeada de pessoas, mas ainda assim eu sentia uma vazio enorme. Mesmo Tom abraçando minha cintura todas as noites, mesmo ele sendo o mais gentil possível ultimamente, eu sei que ele faz um esforço enorme, mas mesmo assim tudo é vago, a tristeza se torna maior a cada dia que passa, e o trauma toma conta de mim.

Desde a deixa de Hanse, me vejo em pensamento profundo, eu sei que deveria ter fugido com ele, esta casa não é definitivamente meu lugar seguro, eu simplesmente não consigo ficar longe de Tom, acabei por normalizar e romantizar a dor que ele me oferecia, aprendi a conviver com esse sentimento, eu diria que sou necessitada pelo Tom.

Se eu pudesse ser minha própria aviadora, a capitã dos céus, talvez eu parasse de procurar por alguma direção vinda de você, mas eu não me auto controlo, então sempre irei me direcionar diretamente para você.
Eu sou fraca, já fui forte um dia, mas hoje sou completamente fraca.

Passei muito tempo deitada sobre aqueles lençóis, dormindo para esquecer os monstros mentais que me perturbavam.
O toque ainda me assustava, e quando eu estava de costas e simplesmente sentia uma mão quente em meus quadris, o meu estômago se embrulhava, mas assim que ouço a respiração clara de Tom perto de mim, tudo se torna mais leve.

Ainda me lembro da maneira que Niragi ordenava que seus homens me tocassem.
Eu quero vomitar.

Afundada naquele quarto, eu tinha forças para ainda me levantar e ir até a varanda, apanhando aquela brisa gélida da tarde de verão.
As únicas vezes que tive incentivo para descer as escadas, e ver os rostos de todos, foi para me alimentar, de resto, sempre alguém vinha trazer a refeição ao quarto, eu não me importava se realmente me alimentava ou não.
Eu não preciso dessa merda, mas Tom insiste que eu vou morrer se não me alimentar.
Ele parece doce agora.
Realmente preocupado. Eu causei algo nele, inexplicável.

Das poucas vezes em que desci para o andar de baixo, uma delas, Loren estava lá.
Loren tem frequentado a casa varias vezes, e eu sei disso porque sempre ouço sua voz.
Dessa vez em que estive com Loren, aproveitei para lhe oferecer um abraço, agradeci, apenas com um simples obrigada.
Eu não podia expor mais que isso em palavras.
Mas eu consegui finalmente o abraçar, antes de Tom me agarrar pelo pulso fortemente para que eu me afastasse, e quando ele reparou na força que fazia ao segurar meu pulso, rapidamente relaxou o toque, e deixou um beijo em minha testa como um pedido de desculpas.
Mas eu sabia que ele estava irritado por me ver abraçada a Loren, eu ainda me lembro da vez em que ele quebrou o espelho com minha cabeça após eu ter estado com o Loren.
Por mais drogada que eu estivesse, eu ainda me recordo.

Soube então que Hanse também esteve presente, mas Harley me contou que de todas as vezes em que Hanse veio para me ver, eu estava dormindo, e não querendo me acordar, ele apenas permanecia apreciando minha aparência mentalmente exausta.
Mas sincera, me intriga, pois eu realmente gostaria que ele me acordasse, eu sinto sua falta.

Gustav e Georg ás vezes entram no quarto, passam alguns minutos comigo fazendo piadas, assim como antes, eles sempre conseguem me fazer rir, mas acredito que tenha sido ordem de Tom, mandando seus homens me animarem já que ninguém o consegue fazer ultimamente.

Harley entra aqui sempre que pode, me reconfortando e conversando sobre nossos assuntos paralelos.
Assim como Bill, ele está aqui com aquele seu ar doce de sempre, ás vezes, Harley e Bill entram juntos.
Eles me deixam aquecida.

E Tom...
Tom me acompanha em todas as refeições que faço no quarto, me incentivando a cada dentada, fumando ao meu lado e descansando agarrado a mim.
Mesmo ele estando ocupado ás vezes, ele sempre tenta me incentivar a sair desta caverna.
Me dizendo que com ele não haverá perigo, mas é exatamente por ele que eu estou assim.

Ultraviolence - Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora