Ultraviolence - Tom Kaulitz.

𝐂𝐫𝐚𝐳𝐲 𝐊𝐢𝐧𝐝𝐧𝐞𝐬𝐬

Os pássaros da manhã cantavam agudamente, podia sentir o vento matinal batendo em meu rosto, ugh, quem havia deixado a varanda aberta? Parecia ser cedo ainda, pois o céu estava claro mas ainda não era possível ver o Sol, a cama estava muito vaga, ou eu estava muito longe de Tom? Me remexia um pouco, tentando entender porque a cama estava tão vazia, decidi então abrir os olhos e Tom não estava ao meu lado, nem sequer estava no quarto, nem na varanda ou nem mesmo no banheiro, me perguntava porque ele havia acordado tão cedo, pois me lembro perfeitamente de adormecer ao seu lado ontem á noite.

Me lembro que estávamos deitados rindo como loucos, depois da grande confusão ele mexeu com minha cabeça me dizendo aquelas coisas lindas e me fazendo rir novamente.
Olhei para o pequeno relógio na mesa de cabeceira ao lado da cama, os ponteiros do relógio apontavam 06:40, era tão cedo ainda, simplesmente tentei ignorar a ausência de Tom, voltei a fechar os olhos e me enrolei nos lençóis brancos novamente.
Me remexia de um lado para o outro aproveitando a cama espaçosa, por mais que eu tentasse eu não estava conseguindo voltar a adormecer, eu sempre fui de dormir bastante, comecei a me perguntar se a ausência de Tom me incomodava tanto que eu simplesmente não conseguia voltar a dormir, era como se eu precisasse dele ao meu lado para ter um sono tranquilo.

Suspirei pesadamente, me rendendo á ideia que não iria conseguir voltar a cair no sono, levantei meu tronco, me sentando na ponta da cama, levei as mãos aos olhos e as cerrei, com os punhos agora eu esfregava as mãos nos olhos. Me levantei então finalmente ficando de pé, eu usava uma grande e largar camiseta branca com algumas escritas e apenas uma calcinha por baixo, a blusa apenas cobria metade de meu quadril então era possível ver minha calcinha sutilmente, normalmente eu sempre usava alguma camiseta de Tom como roupa de dormir, ele sempre me oferecia suas blusas, me perguntava se ele fazia o mesmo com as vadias que ele matava, de qualquer maneira eram bastante confortáveis de se usar, Tom sempre usava roupas extremamente largas.

Imediatamente fui em direção á porta, eu queria apenas procurar por Tom.
Descia as escadas cuidadosamente, alem de todos ainda estarem dormindo em seus quartos, eu não estava totalmente acordada e não queria ter um acidente logo pela manhã, a sala e a cozinha estavam vazias, porém a porta da garagem estava totalmente aberta, cuidadosamente entrei, e ali estava ele, Tom estava mesmo em frente ao seu carro, o grande portão da garagem estava aberto deixando que toda aquela claridade matinal contaminasse o local, o capô de seu carro estava aberto, sendo segurado por um suporto metálico que normalmente vinha com os carros, o corpo de Tom estava afundado dentro do carro, ele mexia em algo ali dentro, suas mãos másculas estavam sujas com um óleo preto, um pano preto pendurado sobre seus ombros, ele nem havia notado minha presença ali, ele parecia bastante concentrado no que fazia.

"Tom?" - Chamei por ele, não era como se eu precisasse dele, mas......okay, talvez eu começasses a precisar e realmente estava incomoda comigo mesma.
Repentinamente o olhar de Tom me atingiu, parece que ele não estava esperando que eu estivesse ali, ele endireitou sua postura e agora olhava para mim com um sorriso esboçado, enquanto limpava as mãos com aquele tal pano.

"É cedo ainda, o que aconteceu?" - Ele permaneceu no mesmo lugar, me questionava se deveria ir até ele, como iria explicar que apenas o estava procurando por que sua ausência na cama me incomodava, eu não podia me submeter a algo tão baixo pois isso iria inflar seu ego, mesmo depois do que ele havia feito, isso iria apenas enche-lo de razão.

"Nada, apenas.....você não estava lá e eu vim te procurar." - Tom soltou uma risada nasal enquanto me ouvia, confesso que eu estava em nervosismo, Tom me deixava em nervosismo, ele me fazia sentir fraca, me fazia sentir resistente, nervosa, raivosa, feliz, triste, poderosa e sexy, ele me fazia sentir tudo, mas tudo dependia do momento.

"Venha aqui." - Ele disse fazendo um gesto com a mão, para que eu me aproximasse dele, demorei alguns segundos antes de ceder, e então fui até ele, ele agarrou em minha cintura antes de eu estar completamente perto dele, como se ele não pudesse esperar por aquilo, ele me abraçava por detrás, seus braços envolviam minha cintura e seu rosto estava afundando em meu pescoço, eu não reagi, para ser sincera eu não sabia como reagir, lhe dava abertura para ele pensar que estava totalmente desculpado?

"Volte para a cama e durma, você precisará de energia para mais logo á noite." - Murmurou sua voz rouca em meu ouvido.

"O que tem mais logo á noite?" - Perguntei inclinando minha cabeça levemente para o lado, o olhando de canto.

"Corrida." - Senti tudo brilhar ao ouvir aquela palavra, eu abri um grande sorriso, aquilo sim me animava.

"Você está falando sério?" - Disse em um tom totalmente animado, agora eu sorria com força, e Tom também pois ele sabia perfeitamente o quão aquilo me deixava feliz.

"Totalmente! A noite será nossa." - Eu não consegui, me virei para ele e o abracei, o abracei fortemente com meus braços em volta de seu pescoço, as mãos de Tom em minha cintura, podia ouvir as gargalhadas que Tom soltava, eu queria pular de felicidade, o lugar das corridas era meu centro de distração e felicidade, ninguém amava aquele lugar como eu.

"Aliás Cat...." - Inclinei meu corpo levemente para trás olhando para Tom esperando continuidade, ele parecia ter algo a me dizer, o vi mexendo no bolso de sua jaqueta, desfiz então o abraço o olhando, de seu bolso ele tirou uma pequena caixa retangular, era um celular novo, igual ao que eu tinha antes, mas que Tom havia o jogado pelo janela.

"Eu peço imensas desculpas." - Meu olhar se baixou, ele estava me oferecendo um novo celular, pude quase sentir pena dele, talvez era isso que ele estava tentando fazer e de facto estava funcionando, sentia que ele estava se esforçando de alguma forma, pois por enquanto ele me tratava com delicadeza.
Não quero parecer mal agradecida, na verdade é realmente simpático de sua parte, mas acho que bons materiais não compensam atitudes.

Tom tirou o celular da caixa, era um típico celular da época, era um RIM BlackBerry Storm, de 2009, mas invés de ser preto igual ao meu de antes era rosa, era bonito não poderia mentir, talvez ele até tenha feito de boa intenção, eu não sei, não sei se poderia confiar nele.
Apenas pensava em como pegaria o número de Hanse de volta e em como Hanse estaria preocupado após as últimas coisas que ele ouviu em nossa ligação, Tom não deixaria que eu voltasse a entrar em contato com Hanse, mas ele iria ter de entender que eu precisava de Hanse.

"Obrigada Tom." - Expulsei as palavras então, Tom colocou o móvel em minha mão e sorriu com aquele sorriso culpado de antes, eu o abracei, mas dessa vez minhas mãos rodeavam sua barriga e minha cabeça estava levemente encostada em seu peito, Tom passava a mão sobre meus cabelos deixando um beijo em minha cabeça.

"Então....o que estava fazendo no carro?" - Perguntei após algum tempo, me afastando lentamente de seu peito e olhando para os motores expostos do carro.

"Trocando a água....ultimamente a temperatura do carro tem aumentado bastante, estava dando uma olhada." - Tom deu de ombros enquanto falava, eu me inclinei mais de perto para poder observar melhor, eu entendia de carros assim como Tom, era algo que tínhamos em comum.

"Deixei me ver." - Disse mergulhando o corpo dentro do carro, até que Tom puxou meu braço e me puxou para perto dele novamente.

"Nada disso, agora iremos voltar para a cama e dormir o resto do dia, temos uma grande noite." - Tom envolveu um dos braços em minha cintura enquanto me obrigava a caminhar com ele para dentro de casa.

"Você está vindo também?" - Questionei com alguma esperança e dúvida.
"Claro, se eu não for, você não dorme." - Me perguntava se ele estava lendo meus pensamentos, não queria admitir, definitivamente não, mas eu sabia que na verdade ele estava certo.

"Que mentira! Eu não dependo de você para nada!" - Resmunguei com o orgulho me atingindo, mesmo sabendo que era verdade, o que fez Tom cair na gargalhada enquanto zombava de mim.