𝐘𝐨𝐮 𝐂𝐚𝐧 𝐁𝐞 𝐓𝐡𝐞 𝐁𝐨𝐬𝐬

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No lado de fora daquele lugar barulhento, com os pés descalços naquele chão frio e sujo das ruas húmidas, o par de saltos altos em minhas mãos, um cigarro entre os dedos, meu corpo se aquecia da brisa fresca da noite, com o grande e peludo casaco leopardo.

Eu sentia egoísmo vindo de mim, raiva e confusão, a maior parte do tempo havia confusão em mim.
Eu odiava Tom, como ele podia me dizer aquelas doces palavras em uma parte do tempo, e na outra ele simplesmente teria entrado em um quarto com uma mulher.
Era isso que me tornava uma garota, eu não procurava pelo paraíso, agora eu colocava o amor em primeiro lugar.
Surpreendente, pois eu nunca fui assim.

A verdade é que eu sentia uma grande pontada de egoísmo me atingir, eu nunca deixei que Tom me tocasse intimamente, para o lado sexual.
Mas também não me agradava a ideia de que ele pudesse fazer isso com outra mulher, era meu pensamento egoísta e ciumento falando mais alto.
Tom era apenas mais um homem que possui seu desespero por relações sexuais, mas eu não podia simplesmente mudar isso.
Raiva feminina.

A fumaça daquele cigarro dava entrada por dentro de minha boca, meus pés estavam com alguns ferimentos causados pelos saltos altos pesados.
Enquanto eu derretia em meus pensamentos e deixava meu corpo se apoiar em uma parede mesmo ao lado do clube que frequentava.
Um grande e bonito carro parou ali, na beira da calçada, não pude de deixar de reparar no quão sexy aquele carro era.
A janela se abriu derrepente .

"Psiu, morena." - Uma voz masculina chamou minha atenção, a qual vinha de dentro do carro, o homem que estava ao volante me olhava, era um homem bastante atraente, não devo mentir.
Meus olhos encontraram os seus, ele possuía uns olhos verdes acastanhados, uma pequena jóia em seu nariz, cabelos castanhos escorridos ate um pouco acima dos ombros, e uma linda jaqueta coro.

Mais um tarado, pensei.
Ele tinha um sorriso ladino esboçado nos lábios, eu estava perto o suficiente do carro, porém me aproximei ligeiramente da janela aberta que deixava o ar da noite entrar por ali.

"O que uma garota tão linda faz por aí sozinha?" - Até a simples maneira com que ele falava parecia atraente.
Dei então uma última tragada no cigarro antes de responder aquele lindo garoto, joguei o cigarro para o chão molhado e em seguida voltei meu olhar para aquele dentro do carro.

"Me pergunto o mesmo." - Expus, não era como se eu fosse lhe dizer que um cara simplesmente decidiu me abandonar para praticar atos sexuais com outra mulher.

"Entre no meu carro, e a sua solidão acaba." - Sorri de canto, eu gostava da maneira que ele falava.

"Eu deveria mesmo?" - Questionei em um tom de ironia, tenho que confessar que eu queria muito entrar naquele carro, mas eu tinha que ser mais resistente, eu não podia ser tão fácil.

"Vejo que tem um dono poderoso...." - Os olhos do asiático desceram sobre minha mão esquerda, onde estava o típico anel dourado com o sobrenome de Tom "Kaulitz" .
O sorriso do garoto se desmoronou sutilmente, era óbvio que ele sabia quem era Kaulitz.
Eu reparei onde seus olhos se fixavam, rapidamente eu tirei o tal anel de meus dedos e o joguei perdidamente no chão, eu estava tão furiosa com Tom, eu queria uma vingança igualada, e aquele me parecia um alvo perfeito.

"Ele não é meu dono mais." - Disse de maneira precisa, o que fez com o asiático esboçasse um sorriso interessado novamente.
Eu posso fazer isso, eu posso fazer qualquer coisa, até mesmo deixar Tom, eu podia entrar no carro de outros homens, eu podia fazer o que eu quisesse, mas Tom era um íman para mim, minha cabeça confusa, causada por ele, me fazia pensar que não, que eu não podia fazer as coisas que eu tinha vontade, mas eu podia.

Ultraviolence - Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora