Ultraviolence - Tom Kaulitz.

𝐉𝐨𝐤𝐞𝐫

4 dias sem ela.
Era torturante a maneira em que eu simplesmente não sabia de nada sobre ela agora, eu não sabia onde ela estava, eu não sabia se ela sequer estava viva.
Mas de algo eu tinha certeza, ela estava com Niragi, e ela com certeza estava sofrendo.

Meu sangue borbulhava só de pensar em como minha garota poderia estar sofrendo nas mãos daquele japonês nojento.
Eu queria achá-lo e arrancar sua cabeça, eu quero matá-lo da pior maneira possível. Quero que ele sinta dor até implorar para que eu parasse. E então eu prosseguiria com algo pior.

Nesses últimos quatro dias eu não me recordo de ter cerrado os olhos para dormir. Eu não iria me dar ao privilégio de descansar sabendo que Cat estava sofrendo nas piores mãos.
Provavelmente ela estava pedindo para que a matassem de uma vez.
Provavelmente ela está se perguntando o que fez para merecer tudo isso.

Na noite em que tudo aconteceu, uma bala perfurou meu estômago.
Os garotos me levaram de imediato para o hospital, mesmo eu tentando atingir com o meu punho em Gustav para que me deixasse seguir Cat.
Eles estavam mais preocupados comigo.
Mas foda-se! Nós tínhamos tempo!

A culpa de toda essa perseguição era minha, eu sabia disso.
Mas a garota é minha, e eu quebraria todas as regras por ela.

Nesses últimos quatro dias eu revirei Tokyo, apenas eu e a minha pantera negra.
Eu rodei Tokyo inteiro procurando por Cat, recusei a ajuda de Bill, de Gustav e Georg.
Eu fui além de Tokyo, matei homens por não conseguirem me dar uma resposta, e nada, eu simplesmente não a achava.
Mas eu iria encontrar Cat, não importa o que aconteça, eu não vou perdê-la, e se for necessário entregar a minha alma para tê-la salva, então assim farei.

Gangsta's não choram, isso é para a vida.

Meus pensamentos loucos logo após de chegar em casa todas as noites, faziam com que eu simplesmente destruísse tudo o que estava a meu alcance.
A frustração tomava conta de mim.
A minha visão se esquecia de completamente tudo, e não importava quem estivesse em minha frente, se eu estiver irritado, irá sofrer com essa consequência.

Eu estava enlouquecendo sem ela.
Eu mandaria um exército atrás dela se não fosse tão orgulhoso ao ponto de querer achar o que é meu por conta própria.

Meu corpo afundado naquele colchão cujo os lençóis estavam amassados e espalhados.
Meus olhos penetravam o teto mesmo acima de mim.
Armas e instrumentos afiados me rodeavam.
As roupas de Cat estavam espalhadas por todo o quarto, seu cheiro me trazia um conforto no qual eu nunca havia sentido antes.
Imensas folhas de papel pregadas nas paredes com seu nome. Cat.
Por todo o lado.
Esse era o reflexo da minha mente.

Tommy agora fixava seus olhos em mim, sentado com aquela postura felina mesmo ao meu lado.
Cada vez que eu observava aquele gato, eu via o reflexo de Cat nele. Eles eram iguais.

"Eu também sinto falta dela...." - Murmurei em direção ao felino negro que me olhava com doçura mas rebeldia. Assim como Cat.

O porta rugiu, como um grito.
Meu impulso de ajeitar a postura, me sentar e apontar uma arma para quem quer que seja que estaria entrando.
Bill.
Meu irmão com aquela postura firme, como se eu já não tivesse lhe apontado uma arma diversas vezes desde o desaparecimento de Cat.

"Onde ela está?" - Perdi a conta das vezes em que perguntei isso, para todos e para mim mesmo.
Os olhos de Bill rodearam o quarto, que estava virado do avesso, assim como minha mente.
O gémeo expulsou um grande suspiro dos pulmões.

"Não esta sendo fácil, mas- " - Interrompi o alemão.
Antes que ele continuasse a arma voou de minha mão, me levantei bruscamente e levei minhas mãos ao colarinho de sua camiseta.