𝐓𝐡𝐞 𝐁𝐥𝐚𝐜𝐤 𝐂𝐚𝐭

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O grande estabelecimento esperava por mim.
Dentro de meu carro eu respirava profundamente diversas vezes, criando coragem para dali sair.
1....2....3...
Apenas eu sei a sensação que era, a sensação de arrependimento que me atingia como um martelo.
Eu tive a minha garota em meus braços totalmente inconsciente á poucas horas atrás.
Ainda consigo ouvir sua voz desesperada chamando por mim, mesmo depois de eu ter libertado toda a minha fúria, a Ultraviolencia.

Eu criei coragem então, saí do carro, a madrugada contaminava Tokyo, era realmente tarde.
Entrei pelo hospital a dentro, os funcionários, enfermeiros, pacientes e doutores que ali vagavam, me recepcionavam com respeito, se curvando diante de mim, aquele gesto japonês usado.
Eles me temiam, e eu gostava do respeito que havia sobre mim.
Procurei então por Bill nos corredores médicos, ele estava ali sozinho, sentado em uma das 6 cadeiras de espera que haviam nos corredores.
O gémeo estava de braços cruzados, com os olhos cerrados, sua cabeça jogada para trás, totalmente apoiada na parede branca, usava uma toca de tecido cinza, seu rosto lavado sem nenhuma daquelas maquiagem escuras que ele usava, apenas os piercings expostos, uma posição relaxada, provavelmente ele estava descansando a vista, entendia que era tarde o suficiente para ele se sentir cansado.

"Bill." - Chamei sua atenção, o que o fez despertar repentinamente, significava que ele não estava realmente dormindo profundamente.
Seus olhos se abriram, ele ajeitou então a postura, olhando diretamente para mim.
Os olhos dele levaram ao grande buquê de rosas vermelhas que eu carregava em uma das minhas mãos, na outra mão eu possuía uma caixa de papelão cor de rosa, não tão grande, mas não tão pequena.
Na tampa da caixa era possível observar alguns furos que eu havia feito com a chave de meu carro, para que o ar tivesse uma possível passagem através daqueles furos.

"Me desculpe a demora." - Bill então se levantou, ele parecia decepcionado.
O alemão apenas suspirou.
"Vá para casa, eu fico aqui com ela." - Murmurei calmante.
Bill suspirou mais uma vez.
"Eu não irei te deixar sozinho com ela mais uma vez, eu não confio mais em você Tom." - Nem eu mesmo confiava em mim, Bill.
Meu irmão estava totalmente decepcionado comigo mais uma vez, eu sempre falava com ele o quão obcecado eu era por Cat.
Bill sempre me dava conselhos, falando que eu tinha que preservar algo que eu realmente gosto, dessa vez eu fiz Cat parar no hospital, o que preocupava Bill.

"Eu não irei fazer nada Bill, eu vou me desculpar, vou me esforçar mais dessa vez." - Era difícil conter a raiva ás vezes, eu sentia que isso era um grande problema, era algo incontrolável, como se eu apagasse no momento em que a raiva me atingia, e quando eu acordava, as merdas estavam feitas.
Cat era sempre uma vítima, e eu me sentia realmente mal por ela.

"Você sempre vai dizer coisas desse género. Tom, você não a está protegendo desse jeito, você a está matando." - Eu cerrei meu maxilar ao ouvir meu irmão dizer aquelas coisas, por mais que pudesse ser verdade, ele estava contrariando a maneira que eu protegia Cat, e se ela era minha, então apenas eu teria que lidar com isso.

Um grande suspiro escapou de minhas fossas nasais.
"Me desculpe irmão.
O que o médicos disseram?" - Tentei passar á frente, o que eu realmente queria saber agora, era como Cat estava.

"Bem, ela já acordou, porém ela só receberá alta amanhã, seu corpo ainda está frágil. Eles disseram que ela tinha grandes quantidades de morfina no sangue, talvez a culpa não tenha sido apenas sua, mas você também ajudou." - Bill explicava firme, com aquele seu jeito maduro, que ele sabia perfeitamente quando o usar.

"Loren lhe ofereceu drogas então..." - Pensei em voz alta, ficando altamente irritado com aquele homem.
Neste tempo em que saí para deixar Cat no hospital, eu aproveitei para procurar mais sobre a despedida de Loren sobre Niragi.

Ultraviolence - Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora