𝐆𝐢𝐫𝐥 𝐆𝐨𝐭 𝐀 𝐆𝐮𝐧

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Eu não sei o que pensar de tudo isso, para ser sincera.
Em nenhum momento da minha vida eu achei que os avisos que Hanse fazia questão de me alertar fossem se tornar reais.
Quer dizer, eu sempre soube o perigo que Hanse enfrentava, eu sempre soube no que ele se envolvia, e apenas por precaução ele me treinou durante anos.
Ele nunca disse que um dia eu iria realmente precisar, mas apenas porque ninguém sabe realmente o dia de amanhã.
E hoje estou literalmente envolvida com o homem mais perigoso que alguma vez conheci.

Nesses últimos 3 dias Tom tem me alertado com absolutamente tudo, ele tem treinado algumas situações comigo. Ele não está me ensinando nada, apenas me relembrando das coisas que eu já havia aprendido com Hanse antes.
Eu não acho que Tom esteja com medo de Niragi, ele se demonstra bastante confiante de seu próprio poder. Ele sabe que vai vencer essa guerra.
Eu confiava muito em Tom nesse sentido, e eu irei repetir isso quantas vezes for necessário. Tom é forte pra caralho.

Parece que por um lado, Tom sabe da minha força também, talvez porquê ele se lembra do nosso primeiro conflito.
Aquele em que Tom me agarrou para dentro de seu carro, o mesmo em que eu lhe marquei com meus dentes no braço e em seguida ele rasgou a pele da minha coxa com uma lâmina.
A cicatriz permanece em minha perna.

Eu posso dizer que estou confiante também, talvez porque Tom tem colocado confiança em minha cabeça ultimamente.
Mas eu não posso deixar meu medo por Niragi de lado. Eu podia realmente enfrentá-lo, enfrentar seus homens e dar tudo de mim, mas ainda assim ele me assustava.
Tom me proibiu de usar a palavra "medo" em meu vocabulário.

"Você será uma boa garota apenas para mim."
Me relembrava Tom diversas vezes. O único que eu deveria respeitar era ele.
Eu podia ser o que eu quisesse no mundo, mas eu escolhi ser dele.
Ou então meus neurónios me forçavam a achar que eu escolhi isso.
Como se eu não tivesse sido forçada a permanecer na mesma casa que o Tom, porque supostamente Niragi estaria atrás de mim, mas era apenas medo que Tom cometesse loucuras ao não alimentar sua grande obsessão por mim. Isso não era amor, era obsessão.
Como se eu não tivesse tido choques elétricos percorrendo meu cérebro por inteiro, me fazendo acreditar que eu realmente precisava de Tom, e a esse ponto, eu preciso.
Mesmo com toda a sua Ultraviolence.

Mesmo nós não tendo certeza se Niragi pretendia sangue e tiros agora, estamos todos preparados.
Menos Harley, Harley não irá. Harley não tem absolutamente nada a ver com mafias e armas, felizmente, isso é um lado seguro, mesmo ela namorando um criminoso.

Esquecendo todos esse pensamentos e retornando a realidade....
Meu olhar se afundava através do vidro da janela do carro de Tom, que dirigia em silêncio ao meu lado.
Eu sinto falta de dirigir o meu carro.
Seu toque quente percorreu minha coxa, aquela mesma coxa que possuí a cicatriz, feita por ele mesmo.
Sua grande mão máscula acariciava minha pele com calor, fazendo me arrepiar por sentir seu toque naquele rasgo fechado.
Seu toque garantia que eu pertencia a ele.

"O que comeu hoje?" - O silêncio se quebrou com tensão. Tom mantia os olhos na estrada, seus dentes puxavam seu lábio inferior enquanto ele brincava com sua jóia labial negra.
Um Tom preocupado era algo....diferente.
Ultimamente ele tem cuidado de mim como se eu fosse tão pequena que poderia desaparecer a qualquer momento.

"Uma maça." - Respondi em um tom frio.
Alimentação ainda era difícil, mas agora eu conseguia avançar e pegar no alimento, mesmo sentindo vontade de expulsar tudo para fora apenas ao sentir o odor da comida entrar por minhas narinas.
Tom estava ali sempre me incentivando, mesmo eu reparando em seus punhos cerrados de vez em quando, talvez porque sua paciência estaria prestes a chegar ao fim, mas ele nunca explodia realmente, ele tem sido paciente comigo.
Não apenas Tom, mas Harley, Gustav, Bill e Georg estão me apoiando constantemente.

Ultraviolence - Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora