𝐈 𝐊𝐢𝐬𝐬 𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐜𝐚𝐫𝐬 𝐎𝐧 𝐇𝐞𝐫 𝐒𝐤𝐢𝐧

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Ela ficou em silêncio.
Ela permaneceu em silêncio a viagem toda.

No helicóptero, após Bill, Gustav, Georg e Loren eliminarem os capangas que Niragi deixava para vigiar Cat, nós abandonamos o local em menos de nada, sabendo que Niragi iria nos procurar de qualquer maneira.
Mas se ele tentasse seja o que for, apenas eu lutarei com ele, não permitirei que Cat passe por algo assim novamente, não nas mãos de outro homem.

Seu corpinho machucado junto ao meu na corda que nos permitia subir e descer do helicóptero ainda sobre o voo.
Ela não disse uma palavra, ela abraçou Harley com força, ela sorriu para ela, sorriu para os restantes, mas não ousou expulsar sequer uma palavra.
Nem sequer para mim, ela me olhava com aqueles seus olhos brilhantes, repletos de estrelas, eu podia ouvi-la falar através do olhar.

Ela não abraçou nenhum dos garotos como ela sempre fazia, muito pelo contrário, apesar de sorrir para eles, porque era o máximo que ela poderia fazer, ela não deixou que eles chegassem perto, e eu pedi para que eles não tentassem.

Não querendo qualquer toque daqueles, ela queria o meu, pois em momento algum ela deixou sua mão sair do aperto de meu braço, com sua pequena mão ela segurava firmemente a jaqueta que eu vestia.

Sentada ao meu lado no helicóptero, seus cabelos negros ao vento, todos em silêncio, analisando o ar quebrado de Cat.
Seu olhar perdido em um ponto vago no solo do helicóptero, o qual era Kami quem o pilotava.

Sua magreza era agonizante, mesmo Loren tendo tentado trazer lhe alimentos discretamente, ele foi tarde de mais, e foi apenas o suficiente para mantê-la viva a não morrer de overdose ou fraqueza. Era a mesma coisa.
Loren me contou as coisas pelas quais ela passou, minha fúria aumentava ao apenas pensar. Eu iria matá-los a todos.
Eu podia talvez machucá-la, mas ninguém poderia fazê-lo além de mim.
Ela estava traumatizada, seu olhar era traumatizante, e não foi apenas Niragi que a deixou assim.

Haviam marcas em todo seu corpo, a roupa bege, curta e justa, em seu corpo fraco e cheio de dano.
Céus, minha garota sofreu, e mesmo que aquelas marcas, algumas sejam feitas por mim, eu irei vingar essa sua dor.
Seus cabelos negros, que costumavam ser lindos, fortes e longos, agora estavam quebrados, e era pouco, certamente queda de cabelo, ela não estava saudável, definitivamente não.
E eu iria fazer de tudo para reconstruí-la.

Gustav jogou um grande casaco em minha direção, o casaco azul escuro, quente e feito para cortar o vento. Era masculino, mas grande o suficiente para esquentar Cat. Gustav acenou com a cabeça, indicando que era para Cat.
Imediatamente envolvi o casaco sobre os ombros da garota, ajeitando e confortando o casaco sobre ela, cobrindo aquela sua pouca roupa curta e rasgada.
Estávamos em voo, o vento forte batia, e estava realmente frio, mesmo sendo época de verão, era normal que a temperatura no céu era maior.
Mas acho que Cat nem se deu conta do frio, assim como não se moveu ou reagiu ao ter um casaco sobre ela.

Ela estava quebrada.
Eu queria gritar de raiva, queria explodir, mas eu não podia, eu não podia assustá-la agora, mas eu não sei quanto tempo aguentarei mais.

Eu realmente temia quando ela começasse a falar ou reagir.
Eu alterei seu cérebro com eletricidade, criando a Cat a meu gosto e na mesma intensidade que eu, mas Niragi continuou aquilo muito além, agora eu tinha certeza que ela havia enlouquecido. Ela não seria mais a mesma. Loren me contou as loucuras que ela falava, o que ele não entendia, tudo o que ela falava não fazia sentido, ela estava completamente insana. Ele me contou as vezes em que eles simplesmente a espancavam ou deixavam uma lâmina passar sobre ela, e ela simplesmente gargalhava.
E eu me culpo agora. Sabendo que aquela garota não era assim antes de me conhecer. Antes, ela ainda era consciente do que fazia, agora eram seus monstros mentais que falavam e agiam por ela.
A culpa era minha, Cat não estava sana, e nunca mais seria.

Ultraviolence - Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora