Capítulo 3

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Capítulo 3

Calum

O primeiro indicio de que as coisas estão erradas é o toque insistente do meu telefone, mas isso é só uma gota de água em um copo que já está transbordando. Minha noite foi uma merda monumental, ignoro o aparelho, enquanto tomo o liquido âmbar de uma única vez.

— Você não parece bem. — Asher puxa a cadeira ao meu lado, ele se senta de costas para o bar, observando o salão lotado de pessoas.

— É tão fácil assim de perceber? — Zombo.

— Olha, eu sei que essa merda toda em cima de você é demais, mas você precisa estar focado, bebendo em um lugar como esse? — Acena para o salão, onde a festa ainda está acontecendo. — É um grande "não".

Ele tem razão, mas em minha defesa, ele não está no olho do tornado, sendo aquele de quem as pessoas duvidarão da lealdade. Sempre fiz de tudo pelos meus amigos, honrando o nosso legado, reconstruindo tudo enquanto Lior estava preso, eu cuidei de tudo, e agora, posso ser o culpado pelas merdas que tem acontecido, porque fui cego e estupido para ver quem meu pai era de verdade.

— Eu sei, mas não consigo ver nada bom em tudo isso. — Falo. — Tenho medo que duvidem da minha lealdade, e ao mesmo tempo, me sinto um idiota por ter abdicado de outras coisas por ele.

Asher ri.

— Não vamos duvidar de você, sabemos que você é um idiota leal até a alma. — Me bate no braço. — Nós descobrimos isso a tempo, e agora podemos resolver isso. Além disso, quem disse que não há um lado positivo?

O encaro, sem entender sua resposta.

— Me diga. — Bufo sem humor.

— Nada te impede de ir atrás do que você realmente quer.

Não preciso que Asher diga o que é isso.

Com a traição do meu pai e seus dias contados, ficou muito fácil passar por cima de toda essa merda de lealdade a ele. Eu não devo nada a essa família de merda, e Alina vai finalmente ser minha.

Me levanto rápido, e cambaleio, o uísque batendo com tudo.

— Calma aí, amigo. — Asher ri e me segura. — Eu te levo para sua casa, assim pode fingir que está bêbado e confessar seu amor, ela vai achar fofo e quando o sol estiver alto no céu, você se declara sóbrio, vai ser uma combinação e tanto.

Dou um passo para longe, mas meu celular volta a tocar em cima do balcão, Asher estende a mão e o pega, vendo o identificador, ele franze a testa e atende.

— Vamos logo, Asher. — Reclamo, tendo pressa para chegar até Alina.

Tem certeza que foi isso o que aconteceu? — Ele pergunta, parecendo preocupado. — Ela está bem? ... Certo, não avise ninguém, estou a caminho... Sim, estou junto com um responsável dela, fique tranquilo.

Me sinto um pouco mais sóbrio enquanto caminho com ele até o carro, algo dentro de mim dizendo que se eu perguntasse o que está acontecendo, não gostaria da resposta. Passamos pela rua que levaria até a casa da minha mãe e seguimos em direção a cidade, confirmando que algo aconteceu.

— Por que passou reto? — Peço, a cabeça encostada na janela.

— Surgiu um problema. — Diz.

— Fale! — Mando, minha voz desprovida de qualquer emoção.

Antes de me responder, ele para em frente ao hospital e sai, corro para acompanha-lo dentro da ala de emergência. Um médico e uma enfermeira correm em nossa direção no momento em que nos avistam.

Secreta Obsessão - Obstinados Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora