Capítulo 23

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Calum

Desço do carro com Asher me seguindo de perto; o secretário pessoal de Coleestá parado em frente à porta da mansão, seu chefe ao lado dele, nos observando atentamente. Ambos franzem a testa quando nos veem descer do carro, a surpresa não pela nossa presença tão rápida, e sim por Asher e eu não termos descido do veículo com armas em punho.

— Eu estava por perto. — Declaro, subindo os degraus como se estivesse em casa.

— Percebi isso. — Olha entre Asher e mim. — Por um momento, pensei que desceria do carro pronto para matar alguém.

Sorrio mentalmente, gostando de tê-lo confundido.

— Tenho algum motivo para matá-lo?

Colecruza os braços e levanta uma sobrancelha, sem conseguir dizer se estou sendo irônico ou não, de qualquer forma, isso não me importa.

— As drogas?

O encaro, sem deixar transparecer emoção.

— Se eu quisesse você morto por me roubar, teria feito isso no dia em que o fez, mas tive a sensação de que foi tudo para chamar minha atenção.

— O que te fez pensar nisso?

— As drogas já foram encontradas; qualquer um com um cérebro que quisesse escondê-las de mim não as colocaria no meu território. — Informo. — A única pergunta que me resta fazer é, por que? O que você ganha com esse jogo?

Coleparece surpreso comigo sendo tão direto com ele, talvez meu comportamento o confunda, mas preciso de respostas rápidas para encontrar Alina e não perder tempo com esses jogos de merda. Se eu descobrir que ele não tem nenhuma informação a me oferecer, farei o que precisa ser feito.

— Posso responder a essas perguntas agora mesmo; vamos entrar.

Asher continua mexendo no celular; quem olha para o homem pensaria que ele está se divertindo e jogando em seu aparelho, quando na verdade, está tentando descobrir quem levou Alina.

Colenos leva para um escritório reservado, as portas são de madeira pesada, e as janelas escuras, feitas de um material à prova de balas, o que chama minha atenção. O nível de segurança desse lugar é mediano; se eu fosse o chefe de segurança por aqui, tomaria novas medidas. Quero rir deste pensamento; estou atirando pedras no telhado de outra pessoa, quando o meu é de vidro.

— Pode começar; estamos aguardando. — Relaxo na cadeira.

— Svetlana é minha mãe. — A revelação não é uma surpresa, e por esse motivo não esboço nenhuma reação. — Mas vocês já sabem do nome verdadeiro dela, assim como nossa relação.

— Não foi difícil descobrir isso, ainda mais sabendo que ela não era mãe biológica da Alina e estava a usando como uma forma de se vingar.

Coleacena com a cabeça, concordando com tudo o que eu disse.

— Svetlana sempre esteve interessada em se vingar do pai da Alina, e isso começou antes mesmo do nascimento dela, ela foi namorada dele, mas quando o velho conheceu a mãe da Alina, ele terminou com ela. — Isso também faz sentido, a fixação que a mulher tinha em se vingar, rejeição faz isso com as pessoas. — Ela estava grávida quando eles terminaram e não contou; se casou e fez com que seu marido pensasse que o filho era dele, assim como o colocou em uma espécie de missão arruinar os negócios do ex.

— Ela fracassou em tudo o que se propôs a fazer.

Confirma com a cabeça.

— Quando o marido se matou, ela simplesmente achou prudente assumir o plano, fazer as coisas com as próprias mãos. — Explica. — Para isso, ela precisava se livrar do filho, mandando ele para um internato, e se aproximar da menina, que por "sorte" estava órfã de mãe.

Secreta Obsessão - Obstinados Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora