Capítulo 17
Alina
Ser nova nessa coisa de relacionamento me deixa um pouco nervosa com coisas que as pessoas, ou melhor, casais, fazem normalmente. Eu nunca passei pela experiência de acordar na cama de um homem depois de ter feito sexo com ele, o nervosismo do dia seguinte se mistura com a timidez de ter me "aberto", em mais de um sentido.
Calma, Alina!
Calum não é um estranho!
É só o cara por quem eu tive uma paixão enorme, até descobrir que ele era o meu irmão postiço, filho do homem que a minha até então, mãe, queria matar e foder com a vida. Já temos intimidade, afinal, o que é ele ver minha vagina, perto de ter me dado uma cabeça de primeiro dia de relacionamento?
Me desvencilho dos seus braços com cuidado, pego a camisa dele, passo no banheiro rapidinho, e no meu caminho para fora, paro para observar seu corpo definido, seu pau coberto pelo lençol de forma sensual. Ao perceber que pareço uma idiota, saio do quarto e caminho em direção a cozinha, vacilando quando me deparo com Asher sentado em frente a ilha, tomando café.
— Bom dia, bisnaguinha. — Encobre o sorriso com a xícara.
Asher é um cara legal, um dos poucos com quem conversei em base regular, levando em conta como Calum me evitava. Por isso não me sinto tão tímida como estaria perto de Lior, por quem todos nutrem um nível de respeito enorme.
— Qual é a dos apelidos com comida? — Me sirvo do café e me encosto no balcão, esperando por uma resposta. — Quero dizer, nada contra, mas sua esposa não se incomodaria? Se fosse Calum chamando mulher de pãozinho, pãozinho doce, e bisnaguinha, eu o mataria.
Asher ri, como se isso fosse divertido.
— A minha raposinha, não se incomoda com essas coisas, era a forma que eu usava para quebrar o "gelo" e deixar situações sociais mais divertidas para ela. — Explica. — Os apelidos quebravam o gelo, e viravam o assunto do momento. Uma fuga de assuntos tensos e todos se divertem.
Pensando por esse lado, sua explicação é bem plausível.
Tento lembrar de todos os momentos em que estávamos reunidos e Asher usou um dos apelidos, fazendo com que as mulheres rissem, e os caras mudassem de assunto. É uma forma de escape que Asher criou, mas que os outros não conseguiram perceber, enquanto estão brigando ou rindo, ele observa a tudo atentamente.
— Isso é como um jogo, você fez isso no começo por causa da sua esposa, ou talvez, já faça há muito tempo, e a fachada de cara bobo com os apelidos, torna você menos ameaçador, o que faz com que todos falem perto de você, ou abaixem suas defesas. — Concluo, e seus olhos se estreitam em mim, como se eu tivesse visto mais do que ele queria me mostrar. — Pessoas com a defesa baixa falam de mais e se tornam imprudentes.
— Você me pegou, eu deveria esperar que entendesse tudo.
Dou de ombros.
— Svetlana me treinou muito em vários sentidos, mas ela deixou isso de lado, tive que me adaptar desta forma também, usei como defesa o que você usa como uma arma. — Explico. — É um alívio não ter que fazer mais.
Asher me estuda por um longo momento, como se estivesse tentando colocar em ordem os seus pensamentos, ou tentando formular uma resposta para minha declaração. Enquanto ele pensa, chego à conclusão de que seus amigos não o conhecem totalmente, porque nunca viram quem Asher realmente é.
A única pessoa que já o fez, é sua mulher, e é por isso que ele é obcecado por ela.
— Acho que deveria continuar fazendo isso em alguns momentos, não de um jeito retraído, e sim disfarçando com sua personalidade, pode te ajudar e livrar de alguns problemas.
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Secreta Obsessão - Obstinados Livro 3
RomanceAlina sempre foi apaixonada por Calum, mas esconde seus verdadeiros sentimentos, pois ele constantemente a maltrata, com medo de que ao revelar seus verdadeiros sentimentos, destrua a família que seu pai construiu. No entanto, tudo muda quando Calum...