NORONHA | GIRAFA - G!P

LXIX

Soltem aquela estrelinha aí pra mim uai!

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A BMW Azul reluzente de Gizelly corria em alta velocidade pelas ruas da cidade maravilhosa, uma pressa absurda de chegar, como se não pudesse esperar mais nenhum minuto por aquilo.

Os pensamentos não paravam quietos um minuto se quer, era uma tortura, como se nada fosse encaixar e ao mesmo tempo tudo estivesse claro como as nuvens do céu.

— Gizelly... - Rafaella segurou no braço da cirurgiã - Por favor, temos um filho e eu quero vê-lo crescer!

— Desculpa! - Gizelly suspirou, e diminuiu a velocidade

Logo atrás do carro de Gizelly, Gabriel vinha quase na mesma velocidade junto de Carol e Giovanna que estavam em seu carro.

Após alguns minutos, já estavam na frente dos portões da mansão da família Bicalho, um dos seguranças reconheceu o carro de Gizelly e Gabriel, e assim o portão foi liberado para que eles entrassem.

— Gizelly, o que exatamente estamos fazendo aqui? - Giovanna perguntou ao descer do carro

— Aconteceu algo entre você e o vovô? - Gabriel perguntou

— Só confiem em mim, ok? - Gizelly falou, não iria saber explicar toda aquela confusão - Só isso!

Os três irmãos se encararam, assim como as duas irmãs que estavam juntas deles.

— Eu confio a minha vida à você, então qualquer coisa que for acontecer lá dentro, eu estarei ao seu lado! - Gabriel disse, sem titubear

— Vamos lá caçula! - Giovanna falou, e estufou o peito

Os passos firmes de Gizelly se voltaram para a direção da entrada da casa, e cada vez mais o coração da cirurgiã acelerava mais ainda.

O patriarca da família Bicalho estava sentado na sala com um copo de uísque puro e sem gelo, e ao seu lado, Mariana e Fábio estava andando pela sala, havia chego minutos antes do enterro.

— Vocês precisam parar de tratar a Gizelly como se ela fosse uma criança, precisam parar de se meter na vida dela como se ela não soubesse o que está fazendo, pelo amor de Deus, Carlos! - Fábio estava exausto

— Você passa a mão na cabeça dela como se tudo que ela fizesse não tivesse consequências na nossa família, no nosso NOME! - Carlos rebateu

— Fábio, meu amor, você precisa ser mais firme com seus filhos, Gizelly jogou o casamento no lixo, age como se morasse em uma favela junto com aquela gente suja, Gabriel não concluiu a faculdade de direito, Giovanna age como se nós fôssemos inimigos, que bela forma de ser pai, não é? - Mariana falou, absolutamente calma

O homem de cabelos grisalhos soltou uma risada e negou com a cabeça, Fábio parecia ser o único com lucidez ali.

— Como eu deveria agir? - Fábio se aproximou - Eu deveria crucificar meus filhos, igual você faz, Mariana?

— Ah! Por favor, Fábio! - Mariana se levantou - Não seja dramático!

— Dramático?! - O homem riu - Eu deveria pregar a Gizelly em uma cruz por ela ajudar alguém que estava precisando, eu deveria fazer isso, não é? Agir igual você, feito uma maluca desequilibrada que quer a todo custo ter o controle da vida dos filhos nas mãos para que eles sejam perfeitos e não manchem o nome impecável da família que com certeza é mais sujo do que as vielas de uma favela!