Além Da Resistência.

Playboy.

— Merda de trabalho. — disse com minha cabeça apoiada no balcão.

Eu trabalhava em um restaurante, diferente do bar aqui tinha famílias que vinham, homens também, mais era um lugar de respeito.

Quando eu fui aceita nesse serviço, me disseram que era apenas ser a caixa, mais quando cheguei meu trabalho dobrou, eu anotava pedidos, limpava mesas, ajudava na cozinha, e se a chefe pedisse eu teria que limpar o chão.

Mais tinha um salário bom, então com ele eu conseguia fazer a compra do mês e roupas para as crianças, sem contar em frauda e leite que gastava um dinheiro bom, pense com uma criança, agora pense com gêmeos.

— Tem cliente, você está com a cabeça aonde? — Veronica chamou minha atenção estalando os dedos.

Fui até o cliente, oque claramente não era minha obrigação e comecei a anotar os pedidos, depois fui até a cozinha deixando o papel com os chefes e voltei para trás do balcão me agachando para arrumar alguns talheres.

— Bella. — ouço alguém me chamando e com o susto me levantei e bati a cabeça na parte de baixo do balcão me abaixando de novo.

— É uma puta que pariu mesmo.! — resmunguei com a mão na cabeça me levantando e vendo Bill.

— Desculpa!! — ele disse com a mão na boca.

— Ta desculpado! — gargalhei. —  Vai querer algo? — questionei confusa.

— Não queria te assustar, passei aqui pra buscar o almoço da Isadora. — ele dizia envergonhado.

— Não tem problema, oque ela vai querer? — questionei pegando o papel e o lápis.

— Uma salada grande pra viagem, tira a cebola sem pimenta no molho e... — ele coçava a cabeça olhando pro ar tentando lembrar. — Claro, nada de picles! — fez um joinha com as mãos e retribui com um sorriso.

— Você vai querer alguma coisa?

— Não, eu já comi.

Entreguei o papel para os chefes na cozinha e voltei, Bill ficou sentado em uma mesa de frente para o balcão aguardando eu chamar, ele não parava de me olhar, mais eu estava com tanto sono que não ligava muito.

— Um xburguer com fritas por favor, e uma coca light. — uma moça me pede sorrindo.

— Claro é pra já. — anotei e fui até a cozinha de novo, meus pés estavam tão doloridos que eu podia morrer.

Voltei e apoiei minha cabeça no balcão respirando fundo.

— Se indireta, quer dormir dorme em casa Izabella. — Veronica disse atrás de mim e no automático arrumei a postura, percebi que Bill me olhava ainda, mais parecia pena.

— Vadia. — resmunguei baixo e revirei os olhos, ouvi o sino da porta do restaurante bater de novo.

Maldito sino, quando alguém entra ele faz barulho? Pra que essa porra? Ninguém quer saber quem entrou ou não! É desinteressante e deixa as pessoas desconfortáveis na hora da refeição, é brega, fora de moda, antigo.

— My Lady. — ouço uma voz rouca e grossa, avistei meu namorado ali, depois de uma semana, Tom parecia bem.

— Oi Tommy. — sorri fraco. — Vai querer algo? — perguntei não querendo levar bronca de Verônica.

— Já almoçou? — ele questiona.

— Na verdade não. — eu respondi enquanto mexia no caixa. — Meu horário de almoço é jaja se você quiser me esperar.

— Claro, espero sim, eu tô no intervalo da faculdade agora. — Tom me deu um selinho ali na frente de todos e foi sentar com Bill.

Tinha esse detalhe eu trabalhava bem perto da faculdade, na zona oeste, era um saco.