Ele é só uma criança.

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Izabella on.

Eu estava atrás de um emprego a alguns dias, mais um na verdade, eu agora estou no meu horário de almoço no bar e são 3:20 da manhã.

Almoçar? Eu não conseguia comer direito fazia dias.

No mesmo lugar de sempre, no beco meio aceso com apenas um copo de café ao meu lado eu folheava o jornal local aonde possuía vagas de emprego.

Nenhuma pagava bem o suficiente, a porra do restaurante podia ser um lixo de emprego mas, meu salário era tão certo.

Mesmo com a ajuda da maioria das pessoas lá de casa, ainda sim era difícil, estava sempre faltando algo de algum jeito.

Ethan voltou a estudar, ele também conseguiu um bico em uma loja, mas, mesmo assim não largou o tráfico, oque era mais um problema pra mim. Ele sabia que quem entrava nessa vida não saia tão fácil, e estava sendo perturbador eu ver Ethan e Dave saindo de casa sem a certeza que voltariam vivos.

Um gole foi dado no café amargo e outra folha passada, contatos e mais contatos.

Tom por sua vez mudou, e muito, nas últimas semanas ele não gritou, ou chorou, ou partiu pra cima de mim, ele só... Foi o Tom que conheci.

Bill não frequentou minha casa nas últimas semanas, apenas Tom, não mandei mensagem para o garoto e nem perguntei o motivo do sumiço, mas eu sentia falta do Bill e me sentia muito mau por isso, por saber que eu desejava ele lá no fundo tanto quanto meu próprio namorado.

— Iae? Viu algum que goste? — Charlote perguntou sentando ao meu lado no beco.

— Tem esse aqui na lavanderia. — apontei para o folheto. — Paga bem, é pra dobrar roupas, passar, e ajudar as pessoas com as máquinas.

— Uh, sim é ótimo. — a garota sorriu e se aproximou para olhar as vagas comigo.

— E esse em uma boate. — apontei para a pequena manchete. — Eles precisam de alguém pro período da tarde ou da noite.

— Troca de período aqui. — a morena sugeriu. — trabalha no período da tarde, tenho certeza que precisam, manda o currículo para essa boate com disponibilidade a noite.

Charlote não era só funcionária ali no bar, ela era um pouco mais que isso, mas ainda sim era abaixo de Max.

— Eu cuido disso. — a garota sorriu e abriu um saco de lanches para o almoço.

Charlote esticou a mão me entregando um sanduíche, eu fiz um sinal negativo com a cabeça de imediato.

— Você precisa comer. — ela falou brava. — Bella você está fraca, está se sobrecarregando muito.

— Não desce. — murmurei fazendo um círculo com uma caneta na vaga de trabalho. — Fica tranquila. — sorri.

...

Voltando pra casa, percebi uma movimentação estranha do lado de fora, eu estava exausta pra ser sincera, minha amiga não havia conseguido me levar por conta de seu filho que teria que buscar de manhã por passar mau na creche, eu me aproximei mais e vi um carro da polícia parado na porta.

Logo ao lado o carro de Bill.

Apertei o passo e comecei a correr em direção a minha casa, meu mundo caiu, diversos pensamentos passaram por minha cabeça e, eu não sei mas ali naquele momento orei para que meus irmãos estivessem bem, me senti mau por pensar que Dave ou Tom haviam feito algo, haviam brigado, eu estava tão confusa e atordoada.

Eu corria desesperada, eram 7:00 da manhã.

Chegando na porta pude ouvir gritos, me assustei e a abri de imediato

Além Da Resistência.Onde histórias criam vida. Descubra agora