maybe , Just Friends

Tomorrow Comes And Goes

Apartamento Kim 3:40am....

Lalisa pov.

Mais uma vez aquela enorme sala de estar com prateleiras de livros altas e janelas de vidro enormes, parecia estar no segundo andar do lugar pois quando me aproximei da janela era alto o suficiente, tentava a todo custo fazer uma leitura do local, mas minha visão era turva e dificultosa.

Rodeava o local em busca de uma saída, mas todas as portas pareciam fechadas me vindo uma sensação de desespero cada vez que eu não encontrava uma saída.

- Ah, Lalisa que bom que está aqui – ouvi uma voz por de trás

Virei meu rosto bruscamente em busca do que emitia aquele som e vi um homem alto e corpulento vestindo um terno preto com um olhar e sorrisos maliciosos no rosto.

- Não vai cumprimentar seu papai filha? – O senhor disse abrindo os braços

Minha confusão aumentava ainda mais quando eu não conseguia pronunciar se quer uma única palavra eu me esforçava a todo custo, mas meus lábios não se mexiam e nó na minha garganta aumentava.

- Queria saber porque não me apresentou sua nova namorada filha, é uma moça tão doce – prosseguiu

A medida em que ele pronunciava as palavras alguém por de trás dele aparecia outro homem um pouco maior trazendo alguém junto a ele na direção do senhor.

Jennie, mas porque ela está chorando, porque ela não se move, o que está acontecendo?

- Sabe, pensei que depois de tudo o que eu te dei você seria mais grata pelo que tem Lalisa, mas ainda não é o suficiente não é mesmo? Prefere continuar envergonhando sua família – ela disse levando uma das mãos aos ombros de Jennie.

Eu sentia meu corpo ferver, ódio, raiva, me tomavam por inteira eu não conseguia reagir não podia falar nada e na minha primeira tentativa de avançar senti mãos fortes segurarem meus braços me levando ao desespero.

- Mas isso não será mais um problema, posso resolver isso assim como fiz com a última "namoradinha", mas lembre-se minha filha eu só estou fazendo isso porque te amo – ele dizia enquanto se aproximava da enorme janela de vidro que dava em direção ao precipício que agora estava aberta.

Senti meus olhos transbordarem  e o desespero aumentava cada vez mais, Jennie direcionou os olhos pela primeira vez aos meus ela chorava tanto quanto tinha os olhos vermelhos e alguns hematomas no rosto.

- Vai ficar tudo bem -.

Foi tudo o que ela disse antes de...

Levantei meu corpo em solavanco da cama abrindo os olhos repentinamente, sentia minha respiração descompassada meu corpo suado e me concentrava para me trazer a realidade. Toquei levemente ao meu lado e senti algo, me direcionando a pessoa ao meu lado percebi que era Jennie, ela dormia tranquilamente com a respiração leve e parecia tranquila o que fez meu corpo relaxar por um minuto em saber que tudo aquilo foi apenas um sonho, mas eu definitivamente precisava de um copo de agua.

Me forcei a levantar da cama com certa dificuldade meu corpo doía e logo percebi que não estava em casa, mas sim no apartamento de Jennie, apesar das lembranças da noite passada serem pequenos lampejos em minha cabeça o que me fazia sentir pontadas fortes em minha têmpora.

Nunca tive medo de escuro ou de coisas fantasiosas mas tenho pesadelos reais desde pequena, a maioria das minhas noites eram acordada fazendo algo para me distrair ou no quarto dos meus pais. Já mais velha após algumas seções de terapia me explicaram que nosso cérebro é repleto de memorias e que memorias traumáticas sempre ficam guardadas em algum lugar do qual um pequeno gatilho pode reativa-las de várias formas, levando você mesmo a acreditar que a situação te trás os mesmos sentimentos da passada, para mim se transformavam em pesadelos e eu os odiava.