Capítulo 07

18 2 0
                                    

  Suspiro fundo ao perceber que há mais palavras desconhecidas neste livro do que em qualquer dicionário por aí, já é a terceira vez que tento ler esta mesma página. 

—Que livro horrível...—Jogo para fora da cama o livro velho que encontrei pelo quarto. 

De barriga para cima, fecho os olhos respirando fundo, tento meditar. Talvez só com muita mas muita meditação eu consiga entender tudo que está acontecendo. 

Não fui para o jantar deles mas Lúcia me trouxe uma bandeja com a refeição, no entanto dormi de barriga vazia, estava um pouco receosa em provar a comida da casa.

Me senti frágil e com fome, mas não foi o suficiente para eu cair no sono, meu corpo tentou diversas posições diferentes para atrai-lo de fato mas nada adiantou. Pela madrugada consegui ouvir, através da porta sussurros de dois dos homens que tentaram me convencer a voltar ao quarto ontem, conversando sobre suas próprias vidas, um é casado está animado com a chegada de sua filha já o outro, o japonês, diz que não se interessa em ter um relação amorosa com ninguém mas pelo jeito que ele falou de Amanda em alguns momentos da conversa parece admira-la um tanto á mais do que o normal. Parece que ganhei dois novos guarda costas, eles estão guardando a porta de meu quarto como bons soldados...em pensar que tinha me livrado de toda essa proteção que ganhava de meu pai...mas depois de ter vivenciado aquela cena horrível sinto que ele estava certo, algo ruim aconteceria comigo , algo ruim de verdade, não era só paranoia dele.

 Pela manhã, Lúcia gentilmente me trouxe uma bandeja de café, frutas, bolo, suco e até alguns docinhos, a princípio fiquei com receio de comer mas dessa vez a fome me venceu, devorei tudo aquilo em minutos!

Estou ansiosa para o almoço pois o cheiro delicioso invade meu quarto, mesmo com a porta fechada, provavelmente Lúcia irá vir me convidar para almoçar com eles, será que devo aceitar desta vez?
Eles parecem se importar muito em fazer a refeição todos juntos e sinceramente não estou nem um pouco interessada em fazer isso. 

Batidas suaves na porta fazem-me levantar da cama. —Pode entrar. 

Lúcia adentra o cômodo com um sorriso. —Tem uma visita para você no escritório, minha querida. 

Minha vez de sorrir. Será meu pai? Ah graças a Deus vou embora desse lugar!!

—Pode me levar até lá?! —Peço em animação. 

Saímos do quarto tendo ,agora, a companhia dos dois homens há uns 3 metros de distância nos acompanhando em silêncio.

—Como passou a noite, senhorita? Dormiu bem? Imagino que não tenha tido uma noite tranquila após tantos acontecimentos...

—Ah, não se preocupe! Eu estou bem agora! —Ainda mais que estou prestes a ir para minha casa!

Minha linda casinha.

Andamos mais alguns corredores até a pequena senhora me deixar em uma porta grande com detalhes clássicos, abro o objeto com minhas duas mãos fazendo meu coração estremecer de felicidade ao que vejo naquela grande sala.

—Tio Henrique!! —Pulo em seus braços em um abraço caloroso. 

—Graças a Deus! —Ele balbucia aliviado.

Nos abraçamos por mais alguns minutos. —Tenho que ser o mais breve possível, Gyulia! 

—Como assim?...

—Insistir muito para poder vir vê-la, fiquei preocupado quando Margot me disse que você sumiu da tal boate.

—Eu estou bem agora, pronta para ir embora. 

Em suas mãosOnde histórias criam vida. Descubra agora