Minha mente parece despertar por completo ao fazer-me abrir os olhos, já está escuro, chuto que devem ser ao menos seis horas da noite. Acabei pegando no sono logo após aquele almoço um tanto intenso.
Levanto-me da cama em direção ao banheiro mas algo apoiado na escrivaninha do quarto chama-me a atenção. Uma sacola de papel branca, abro-a em extrema curiosidade e revela-se uma caixa de celular, abro o objeto e observo o belo aparelho.
—Lorenzo me comprou um celular?! —Exclamo eufórica.
Ligo o novo aparelho de maneira apressada e disco no telefone um número conhecido:
—Alô? —Ao ouvir sua voz meu coração se enche de um conforto extasiado.
—Margot, que saudade. —Meus olhos lacrimejam um pouco.
—Ah meu Deus, Gyulia? Eu achei que não ouviria sua voz por um bom tempo! —Diz com a voz abatida. —Eu...meu Deus, eu estou morrendo de saudade e preocupação, sabe o que é fingir para todo mundo da faculdade que você está bem? Que está numa viagem idiota com Rafael.
Este nome ainda me embrulha o estômago. —Arg! Eu imagino...como eu queria voltar a minha vida normal.
—Como estão as coisas aí? Eles são pessoas confiáveis? Claro que não né? Que pergunta boba.
Sinto-me um pouco ofendida por suas palavras a respeito da família.
—Eles são uma família.
—Família? é assim que eles chamas a facções de traficantes agora?
—Não Margot, eles realmente são uma família. —Suspiro.—Hoje mesmo conheci a vó Rute, ela é uma senhora muito amigável e carinhosa, Amanda é um pouco esquentada mas é uma garota inteligente e alegre...seu irmão Rick é um chato, grosseiro e não perde a oportunidade para me alfinetar com comentários sobre a real identidade de meu pai. —Reviro os olhos. —E tem ele o outro irmão, Lorenzo, o chefe da casa ele é...diferente...é um homem com olhos cheios de amargura tem atitudes um pouco hostis mas comigo ele é gentil e ele é extremamente lindo, forte, cheiroso e...
—...Atraente?
—Isso é estranho?
—Claro que não, Gyulia, se apaixonar por um chefão da máfia é com certeza uma coisa comum e extremamente normal. —Diz em sarcasmo.
—Apaixonada? Você está maluca?! —Levanto me do chão raivosa.
—Olha o jeito que você falou deste homem! Nem do bocó do Rafael você falava assim.
—Eu não amava o Rafael.
—Precisou ele te entregar para mafiosos para entender isso.
—Ai, Margot, a saudade que eu estava sentindo á respeito de você sumiu num passe de mágica, sabia?
—Ah, toma vergonha na sua cara, Gyulia! Você que está aí falando absurdos sobre esse Lorenzo, cuidado para não se envolver com gente ruim, Gyulia. Só estou preocupada
—Se envolver com Lorenzo? Gyulia? Margot você está conversando com...—Escuta-se a voz abafada de Henrique detrás do telefone.
Antes que meu tio pegasse o telefone de casa para dar me uma bronca daquelas eu desligo o celular afobada.
Margot...
Minha amiga é e uma boba por achar que estaria me envolvendo com Lorenzo.
Ele só é extremamente atraente e me deixa afobada e curiosa. O que qualquer homem bonito faria com qualquer mulher.
Ainda mais confinada nesta casa, recém solteira e desolada... meu corpo está... diferente, principalmente quando ele se aproxima.
—Ok...melhor eu tomar um banho.
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Em suas mãos
RomanceOs respingos de sangue se chocam em meu vestido vermelho clássico, um tanto curto demais. O barulho de estouros estalam os meus ouvidos fazendo-me incômodo com o agudo que agora, ecoa em minha mente, os homens bem vestidos que me prenderam nesta sal...