Meus dedos se enlaçam várias e várias vezes no tecido branco acetinado de meu vestido, minhas pernas se esticam por se acomodarem a posição que me encontro a uns...provavelmente 30 minutos; Estou sentada no pé da porta de meu quarto desde de que Lorenzo me deixou aqui.
Minha cabeça se choca contra a madeira da porta, de forma lenta e em inúmeras vezes, pois não consigo controlar meus pensamentos, eles estão em correria na minha mente e muitos deles se encontram ansiosos ao pensar em Lorenzo.
Sinto-me frustrada por ele estar me "evitando" por algo que fiz, ainda mais porque fiz com toda a razão do mundo.
Tomo uma grande quantidade de ar, levanto-me cheia de bravura:
—Eu vou falar com ele.
Olho para meus pés descalços, por um instante penso em calçar os saltos jogados á minha frente mas isso demoraria alguns breves minutos mas o suficiente para fazer-me desistir. Abro a porta surpreendendo-me com as luzes escuras da casa, a festa deve ter acabado e todos devem estar em seus quartos prontos para dormir.
Nas pontas dos pés eu abandono o ambiente e jogo-me curiosa nos corredores da mansão, o quarto de Lorenzo ainda é um mistério para mim mas pelo que ouvi de Jim e Beto o sigiloso cômodo fica a uma certa privacidade dos demais.
Após muito andar e tentar adivinhar seu quarto meus olhos se surpreendem por ver mais um lance de escadas no final deste andar. —Só pode ser aqui. —Como nuvens de algodão meus pés andam sob os degraus gelados, curiosa adentro o "novo" andar da casa, pois para mim daqui para frente tudo é desconhecido.
Há quadros antigos pendurado nas paredes, outros grandes quadros se situam em várias pilhas pelo corredor sombrio, as mesinhas de canto estão empoeiradas e velhas, este andar me lembra a Ala proibida do castelo da Fera, talvez esteja sendo curiosa como a Bela em estar aqui, pela aparente bagunça e desleixo do lugar nem ao menos os funcionários são permitidos andar por aqui. Travo-me na metade do caminho, exatamente há alguns pequenos passos até a única porta do corredor, um grande objeto branco amadeirado, com a marca de uma antiga placa "Samuel", claro, Lorenzo assumiu o posto do pai assim que o mesmo faleceu, pelo visto herdou seu quarto também, talvez seja por isso que ele não permite nenhuma mulher em seu quarto privado por isso usava o meu para fazer...enfim.
Há uma brecha de luz emanando de sua porta mas lá dentro o cômodo é preenchido por um silêncio ensurdecedor.
Com mais algumas fungadas de oxigênio eu enfim termino o percurso até sua porta antes mesmo de bater na madeira eu apenas abro a porta e adentro o cômodo. Lorenzo está sentado em sua cama, há um pequeno copo de whisky em sua mão direita, ele está...sem camiseta e...suas incontáveis tatuagens por fim revelam-se á meus olhos, são diversos sombreados espalhados por suas costas larga e braços, consigo identificar algumas datas em romano, uma cobra e algumas folhas, nada ali se completa são apenas desenhos perdidos em sua pele branca, mas antes que eu pudesse me perder ainda mais em seu corpo o mesmo se vira á mim com seus olhos mais surpreendidos do que os meus, ele se levanta assustado:
—Gyulia...o qu...o que está fazendo aqui? —Se aproxima.
Minha respiração se encurta cada vez mais ao vê-lo se aproximar deste jeito tão...lindo. Lorenzo já é extremamente atraente vestindo suas roupas sociais bem passadas, agora sem elas, ele está estupidamente radiante, vestindo apenas uma calça de moletom escuro, cheirando a sabonete com seu cabelo meio úmido e bagunçado. —Gyulia?—Corta-me a atenção fazendo minha pele facial ferver.
—..eu...é...preciso falar com você. —Tento de forma conturbada tirar meus olhos de seu peito decorado com algumas borboletas, frases e flores. Por Deus ele deve ter gastado uma nota alta fazendo tantas tatuagens assim...e olha as veias de seu pescoço como se harmonizam com os traços escuros de mais desenhos ainda.
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Em suas mãos
RomanceOs respingos de sangue se chocam em meu vestido vermelho clássico, um tanto curto demais. O barulho de estouros estalam os meus ouvidos fazendo-me incômodo com o agudo que agora, ecoa em minha mente, os homens bem vestidos que me prenderam nesta sal...