—Gyulia....Gyulia....—Uma doce e fina voz ecoa dentro de minha cabeça. —Gyulia você ainda está viva?...—Abro os olhos rapidamente entrando em um despertar dolorido, ao ver Amanda com seu rosto curioso tão próximo de mim, eu grito, com minha voz em falhas arranhadas. —Meu Deus, calma....
Calma, o que esta garota está falando e...e aonde estou?! Olho ao redor observando de modo astuto o quarto grande em que me colocaram, estou com a mesma roupa de ontem á noite, deitada em uma cama grande e macia.
Jogo-me pra fora da cama de modo tão afobado que caio no chão gelado do lugar.
—Em pensar que Lorenzo me mandou falar com você para não te deixar assustada...
Levanto-me do chão levando minha mão à primeira arma que me aparece, o abajur do criado mudo.
—Quem é Lorenzo?! E o que vocês fizeram comigo?!
—Isto é sério?! —Amanda debocha de minha ameaça.
—... vocês vão me matar? Querem dinheiro? Me fizeram de refém pra isso?
—Gyulia... você se lembra de ontem a noite? Os meninos salvaram você!
De repente todas as lembranças da noite passada esmurram minha mente, a festa, as bebidas, Rafael ter me levado para uma sala cheia de homens nojentos, os tiros, gritos, sangue e...aquele homem.
—...Rafael...—Balbucilho angustiada.
—Sim, Rafael foi um grande filho da puta, você deveria ter percebido, estava bem nítido na verdade.
Amanda dá um nó ainda maior em minha cabeça.
—O que...o que ele iria fazer comigo? Aliás, Amanda o que está acontecendo!!? —Aumento a voz com a garota, ainda aponto o abajur em seu rosto como forma de ameaça.
Amanda senta na cama de forma tranquila e pacífica.
—Gyulia, Rafael trabalhava para aquelas pessoas e seu objetivo era levá-la até eles como provavelmente refém, capturar seu pai também, tortura-la na frente dele e no final mata-la. —Explica resumidamente a situação de forma simples.
—Meu Deus...meu, meu pai está bem? Isso foi culpa do trabalho dele?
—Seu pai está bem, ouvi Lorenzo e Rick conversarem entre si, ele ficou sabendo do ataque, está voltando de Xangai para busca-la e sim foi culpa do "trabalhinho" de seu pai, pelo que seria? Seu pai está muito encrencado...
Parece até ser cômico para a garota falar sobre isso, pois ela trata o assunto com muita naturalidade carregada de um sarcasmo provocativo.
—Por que meu pai pediria ajuda para vocês e não para os seguranças da nossa família?
Amanda se levanta da cama curiosa. —Seguranças? Você os chama de seguranças? Gyulia você....—Amanda olha de um lado ao outro como se tivesse compreendido alguma coisa. —Ok, tem um banheiro atrás daquela porta, tome um bom banho, e se arrume para o jantar, pedirei a Lúcia para trazer algumas peças de meu guarda roupa. —Diz sorridente e abandona o quarto.
Suspiro de forma longa e frustrada.
Jantar?
Lorenzo, Rick ,Lúcia quem são essas pessoas? Por que papai confiaria á mim nas mãos deles?Averiguo todo o cômodo em que me instalaram, paredes brancas, cama aconchegante, um guarda roupa com peças masculinas perdidas entre as gavetas, criados mudos modernos, alguns livros e um carpete cinza...O banheiro é grande e bem limpo, não encontro nenhuma câmera ou paredes falsas, tudo parece normal, a única coisa que me incomoda é o curativo mal feito em meu braço, não o tiro da ferida para não ver os pontos que levei ali, sei que tem pontos porque posso senti-los ao levantar os braços e oh! Que fedor, preciso de um banho urgentemente!
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Em suas mãos
RomanceOs respingos de sangue se chocam em meu vestido vermelho clássico, um tanto curto demais. O barulho de estouros estalam os meus ouvidos fazendo-me incômodo com o agudo que agora, ecoa em minha mente, os homens bem vestidos que me prenderam nesta sal...