Capítulo 30

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  Amanda veio aqui em meu quarto alguns minutos atrás, antes de fugir de seu castigo pela nossa fuga aquele dia, disse que iria para uma festa da fraternidade, como eu gostaria de estar indo também mas é melhor estar aqui e em segurança, acho que uma outra fuga dessas eu poderia matar Lorenzo do coração, e eu jamais te daria esse trabalho novamente.

Minha amiga deixou algumas atividades impostas pelo professor Henrique, um questionário simples sobre relações sociais, qualquer criança poderia responder á essas questões , acho que tio Henrique precisava de um bom remédio para seu comportamento rabugento e seu nome é Margot. 

—Acabei de trazer seu Bourbon, senhorita, está lá em cima da mesa de jantar. —Lúcia adentra o quarto com a porta aberta. 

Sorrio de forma engraçada. —Senhorita? Desde de quando me chama assim?

—Você é minha patroa agora então acho que devemos manter uma relação...

—Ah Lúcia! Deixe de besteira! Somos amigas e nada vai mudar isso, aliás está muito cedo para eu ser patroa de alguém aqui nessa casa, não acha?

—Mas você já está aqui no quarto dele e vestindo as roupas dele. 

Tiro alguns segundos para analisar minha situação, sentada em sua cama macia com lápis e cadernos espalhados pelo edredom, vestido um par de meias brancas, uma calça moletom minha e sua blusa moletom preta que na hora achei que seria uma boa ideia de vesti-la, até porque está frio, mas ela ficou grande, enlarguecendo todas minhas curvas.

—Ok...ok...talvez você tenha razão mas por favor, aja de forma natural, somos amigas. Aliás, que tal tomar umas doses comigo? Podemos chamar Rute para nos acompanhar, só tomaremos cuidado para não esvaziar a garrafa de papai. 

—Rick acabou de dizer que Rute não está se sentindo bem, parece estar com enxaquecas pediu para ninguém incomoda-la no quarto...mas eu adoraria muito! Sempre quis experimentar essa bebida chique. 

—Então, vamos! —Entrelaço nossos braços e saímos do quarto.

O corredor da "Ala proibida" está mais iluminado, limpo e agradável, tenho plena certeza de que Lorenzo autorizou toda essa mudança por minha causa. Fico cada vez mais feliz em ver o efeito que tenho sobre aquele homem perigosamente bonito. 

Descemos as escadas ainda com nossos braços grudados, sorridentes até nos assustarmos com Ana que esbraveja pela mansão:

—Os cachorros se soltaram!! Precisamos prende-los antes que Luke desapareça na casa do vizinho novamente! 

—Por Deus! Como vocês deixaram eles escaparem? Chame todos da cozinha para ajudar lá fora e estou contando você também, viu, Ana?! Está muito saidinha esses dias! —Lúcia se encontra virada que nem um leão de 3 cabeças, ela não parece se dar muito bem com Ana.

—Eu posso ajudar, Lúcia. 

—Você e Luke? Novamente? Não, obrigada, eu tenho um pouco de trauma disso. 

E em instantes as duas desaparecem para fora de casa, dou risada, sou realmente a pior pessoa para lidar com cachorros ainda mais com 8 deles tão fofinhos e danados. 

Continuo meu caminho pela mansão silenciosa, adentro a sala de jantar sentando-me pertinho da garrafa grande ali exposta, pego um copo e me sirvo com um gole generoso, minha garganta queima instantaneamente trazendo-me o gosto forte da bebida. 

Lorenzo deve tê-la deixado exposta assim pois saberia que após os últimos acontecimentos eu a beberia sem pensar duas vezes...sou oficialmente um alcoólatra. 

Em suas mãosOnde histórias criam vida. Descubra agora