Acordo com o perturbador latejar em minha cabeça. Parece que fui atropelada por 3 caminhões diferentes.
—Ai meu Deus...
Tento abrir os olhos, mas a claridade parece acabar com o resto de minha sanidade, observo um copo d'agua e comprimidos deixados no criado mudo. São analgésicos fortes, com a eficácia deles eu estarei bem daqui algumas horas. Tomo os 3 comprimidos receitados em um simples bilhete por ali, por sinal, com uma caligrafia perfeita , levanto-me da cama e vou direto ao banheiro aonde preparo um banho quente na bela banheira branca.
Despeço-me das roupas amarrotadas com que dormi, adentro a deliciosa banheira, relaxando-me, esperando o momento exato em que a dor de cabeça e o enjoo me abandonariam.
Margot sempre disse " Você não bebe ou você bebe tanto a ponto de esquecer tudo no dia seguinte" e eu fiquei no meio termo, bebi bastante mas consigo me lembrar nitidamente das coisas vergonhosas que disse a Lorenzo noite passada.
—Aaaa...—Minha cabeça parece doer ainda mais com as lembranças . Como vou encara-lo hoje? Acho que mal consigo olhar em seus olhos...devo pedir desculpas? Creio que sim, toquei e acariciei Lorenzo sem sua permissão, fui extremamente invasiva.
—Parece que não tem como piorar, mas eu sempre acho um jeito de estragar tudo. —Resmungo solitária.Esfrego-me com o sabonete ali presente, fico debaixo d'agua por alguns segundos e levanto respirando fundo. Tio Henrique foi claro e inteligente quando disse-me para não me envolver com nenhum deles, não os desrespeitarem de forma alguma e cá estou eu.
Com os dedos já enrugados eu resolvo então sair da banheira, quase 100% curada , o que me falta é comida! Açúcar e muita proteína!
Saio do cômodo, quente com a fumaça da água, me visto com, novamente, o vestido branco que usei por esses dias. Penteio os cabelos com calma e começo a sentir o delicioso aroma de almoço que exala pela mansão, o que será que Renata está preparando hoje?
Meu estômago se alarma dentro de mim.
Batidas leves na porta são ouvidas. Deve ser Lúcia, deve ter vindo ver como estou. Só espero que não tenha virado notícia pela mansão.
—Pode entrar!
A porta branca se abre e os inúmeros empregados da casa adentram o ambiente com várias sacolas nas mãos.
Alguns deles carregam caixas grandes e em derivadas quantidades.
—Mas o que é isso? —Pergunto assustada.
Lúcia adentra o cômodo sem seu uniforme, parece que não estava na mansão há poucos minutos atrás.
—Lorenzo me chamou hoje cedo para acompanhá-lo em algumas lojas. —Se aproxima com um sorriso largo e pretencioso. —Disse que você estava precisando de algumas coisinhas...
Afobada corro até as incontáveis sacolas de papel branco que os funcionários trazem. Sapatos, roupas, jóias e maquiagens de luxo. Meu coração bate cada vez mais forte , dou alguns gritinhos a bato palmas de alegria.
Meu corpo e espírito parece renascer das cinzas, sinto uma ansiedade em provar aquelas roupas, que finalmente se remetem a mais de duas cores!
Dou um abraço apertado em Lúcia.
—Obrigada! Obrigada!!
—Deve agradecer a Lorenzo, ele escolheu a dedo cada peça, não faço ideia do porque ele me chamou.
Meus lábios sorriem tímida. —Ele que escolheu?
Lúcia sorriu maliciosa mas logo disfarça pela presença dos demais funcionários ali.
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Em suas mãos
RomanceOs respingos de sangue se chocam em meu vestido vermelho clássico, um tanto curto demais. O barulho de estouros estalam os meus ouvidos fazendo-me incômodo com o agudo que agora, ecoa em minha mente, os homens bem vestidos que me prenderam nesta sal...