Capítulo 5

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Me reviro de um lado para o outro, a briga com Sarah me deixou desanimada o dia todo. Lorie brincou comigo e depois se enjoou, correndo para os braços de Nicolae. E agora estou aqui, sem conseguir dormir, mudei de posição diversas vezes e nenhuma foi agradável o suficiente para me fazer sonhar.

Me sento frustrada por isso e saio do meu quarto, acho que vou ficar um pouco lá fora. Cruzo meus braços ao sentir o vento gelado, eu deveria ter pegado um casaco. Caminho lentamente para um balanço grande, me sento no banquinho e fico observando ao meu redor em silêncio.

- Não consegue dormir?

Olho para trás e vejo Peter se aproximando, sorrio timidamente e me balanço com os pés.

- Não mesmo.

Peter se senta no banquinho de pedra, ele estava usando uma camisa azul escura de mangas longas, seu cabelo escondendo uma parte de seu rosto. Ele é muito bonito, apesar de sempre esconder sua beleza.

- Hoje o dia foi um pouco...

- Desgastante?

- Sim. – sorrio de forma triste e solto um suspiro. – Acho que pensar muito sobre isso me causou insônia.

- Como está sua perna?

- Bem melhor, obrigada. Não foi minha intenção causar aquela confusão, me desculpe de novo.

- Não se preocupe, de qualquer forma eu estava acordado. – Peter sorri gentilmente para me acalmar. – O que aconteceu?

- Eu briguei com Sarah e para piorar estão achando que estou ficando louca com essa história do lobo.

- Percebi que estava agitada na biblioteca, sinto muito. – Peter retrai sua mandíbula. – Eu acredito em sua história, não acho que tenha imaginado.

Olho para Peter atônita, eu não esperava que fosse me levar a sério. Julgar pelo desconforto na noite anterior.

- Obrigada, Peter.

Me levanto do balanço, acho melhor voltar, está ficando mais frio aqui fora. Percebendo que estou esfregando meus braços, Peter volta a falar.

- Melhor entrar, está esfriando.

- Sim, eu vou tentar dormir. Obrigada por vir conversar comigo, foi gentil de sua parte.

- Você é da família agora, Rebecca.

Sorrio para Peter e voltamos para dentro de casa, mas tomamos rumos diferentes. Subo as escadas em silêncio e pretendo ir para o meu quarto, mas por algum motivo estranho meus pés me levam para a porta do Drogo.

Eu realmente deveria agradecê-lo por ter me ajudado ontem à noite. A essa altura eu poderia estar com uma infecção por causa do machucado. Mesmo que o seu gênio é péssimo, ele me carregou em seus braços. Por alguma ação involuntária, acabo batendo na porta, escuto uma movimentação e Drogo abre.

Seu rosto estava lindo como sempre, ele parece surpreso e logo mudou para um sorriso divertido. Meu coração se acelera com essa visão e nesse momento me sinto tentada a correr para meu quarto, mas sei que minha ação levaria as suas zombarias.

- Desculpe se te acordei.

- Você só sabe se desculpar coisinha? – Drogo me observa atentamente e abre mais a porta do quarto.

- É um mal hábito. – sorrio timidamente.

- Prefere falar no corredor ou vai entrar?

Mordo minha língua e entro de cabeça baixa, Drogo fecha a porta e consigo notar melhor seu corpo. Ele está apenas de calça, seu peito estava nu e era bem definido sua pele branca como a neve parecendo um anjo. Engulo em seco e desvio o olhar, não posso perder o foco.

Desejo IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora