Capítulo 42

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Se eu disser que dormi bem na noite anterior, seria uma grande mentira. Quem poderia ser aquele homem?
Na saída da universidade, fiquei distraída com meus pensamentos confusos. Uma mão tocou meu ombro, fazendo-me saltar de susto.

- Opa, acalma o coração. – Lucas disse, rindo.

- Deus, não vi você. – coloquei a mão no peito. – Tinha mesmo que chegar tão silencioso?

- Eu te chamei, mas você não ouviu. – ele respondeu, erguendo a sobrancelha.

- Ah, desculpa. – sinto minhas bochechas corarem.

- Pretendemos passar na lanchonete mais tarde. Topa ir conosco?

- Claro, é só me dizer o horário. – falei sorrindo.

- Às sete em ponto. Não se atrase, boneca. – Lucas piscou e se afastou com um leve aceno.

Era legal a companhia dele, assim como a de seus irmãos. Acredito que ter a companhia deles nesse momento me ajudará a superar tudo que aconteceu.

Caminhei para pegar meu carro, que estava estacionado próximo ao campus. O ar puro me fazia bem; apesar de todo o caos, havia uma beleza encantadora na cidade. Nem parecia que aqui houve um assassinato, um caçador louco e agora, provavelmente, outra criatura andando por aí. Às vezes, me pergunto se minha mãe passou por problemas semelhantes.

Respiro fundo ao observar ao redor. Em um ponto mais distante, onde normalmente ficam os garotos “populares”, lá estava Drogo e seus amigos. Ele, em particular, parecia entretido em uma conversa com uma universitária.

Aquela cena veio como uma facada em meu coração. Ignoro o nó que se formou em minha garganta e entro no carro. Ele é um maldito bastardo!
Ligo o som para me acalmar antes de ir embora. Não quero chorar, e não vou! Já passei três meses da minha vida lidando com situações desgastante e, noventa por certo delas, são culpa de Drogo.

Se viver um amor com ele é impossível, eu que não vou perder mais tempo de minha vida tentando fazer dar certo. Eu quis e tentei diversas vezes, mas essa é a diferença entre nós: ele é um vampiro, e eu sou uma bruxa. Seres que, por natureza, não são amigos.



- Sabe, eu ainda acho que você precisa sair. – Stacy disse ao entrar no quarto.

- Não sei, Stacy. Acho que preciso me manter quieta no meu canto.

- Você é muito indecisa. Já não tinha dito que iria? Por que cancelar justo agora? – ela sorriu com carinho. – Meu amor, se é medo de ver Drogo acredite, ele não estará lá.

- E como você poderia ter tanta certeza? – pergunto com incerteza.

- Porque Peter me contou. Olha, eu não consigo entender o que levou Drogo a fazer isso, mas você não precisa ficar com dúvidas nessa cabecinha. – sentando-se ao meu lado, ela continuou. – Você é linda e encantadora; a prova disso é que tem outras pessoas que fariam de tudo para ter você ao lado delas. Preciso mesmo dar exemplo de quem são?

- Não é necessário. – sorrio tristemente.

- O que você precisa fazer é reparar e cuidar de seu coração. Mantenha sua mente em estudos, trabalho e qualquer coisa que seja mais divertida do que ficar no quarto chorando por um homem.

- Eu sei. – respirei fundo. – Vai levar tempo, e por enquanto, quero evitar Drogo o máximo que posso.

Levantei-me decidida a ir. Eu vou me arrumar e encontrar meus amigos. Stacy tem razão: ficar em casa chorando só vai adiar o tempo para superá-lo.

- Está decidido, eu vou. – olhei para ela. – Quer ir comigo?

- Obrigada, mas não. – Stacy negou com a cabeça. – Ainda não me recuperei do resfriado e, além do mais, Peter passará aqui.

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