Capítulo 34

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Estou postada ao lado de Martin no café da manhã. Desde que vim para a cabana, o xerife se manteve cortês, mas esteve fora ocupado no trabalho. Os meninos foram gentis, se esforçando para que eu me sentisse em casa.

No fundo eu queria acreditar que estava em casa, mas eu sei que não era. Por algum motivo, Nate se tornou mais gentil, suas patadas reduziram, enquanto estranhei esse fato catastrófico, não questionei. Ele se manteve em silêncio ao acaso do meu tornozelo, talvez tenha ficado surpreso quanto eu. E, até o momento, não entramos no assunto.

- Meninos, eu tenho algo importante à dizer. – os três me observavam na expectativa. – Eu pensei muito sobre ir embora, e decidi adiar por enquanto.

- Finalmente colocou a cabeça no lugar? – Nate cruza os braços com a sobrancelha arqueada.

- Antes que comece com suas piadinhas tão carinhosas. – respondo Nate com um sorriso forçado. – Resolvi ficar por causa da universidade, não queria que meu sonho fosse interceptado pelos outros. Encontrei um amigo ontem e ele me deu uma oportunidade de um estágio, o que significa que terei um trabalho e como arcar com minhas despesas.

- Eu disse que era uma ideia precipitada ir embora. – Lucas diz com uma piscadela.

- Veio de última hora, mas foram boas noticias. Agradeço por todo o carinho que vocês tiveram por mim, me acolheram, me abrigaram e me protegeram quando mais precisei. Nunca me esquecerei tudo que fizeram, e serei eternamente grata. Com o estágio estarei apta para alugar um  apartamento e devolver a paz que tirei ao vir.

Dou uma olhada no Nate, que apenas solta uma risadinha e acena com a cabeça. Respiro fundo e continuo com as minhas palavras.

- Amanhã voltarei com minha programação normal de ir para a universidade.

- E quanto ao Drogo? – Nate pergunta.

- Como assim? – Lucas encara seu irmão confuso.

- Ele foi um cavalheiro com a bruxa e jogou ela contra os armários. – ele faz uma careta e apoia o cotovelo na mesa. – Estava um bagaço, e alterado, já que ela não queria conversar.

- O quê?! – Martin fica enfurecido.

- Drogo me abordou no corredor, após à conversa com o professor Jones. Ele estava esquisito, mas não aconteceu nada sério. Consigo me proteger de Drogo quando for preciso, então não precisam se preocupar.

Meu celular começa a vibrar em cima da mesa, pensando em recusar, percebo que o nome da Sarah pisca no visor. Resolvo atender sua ligação, ignorei por tempo demais.

- Oi, Sarah. – digo um pouco ansiosa.

- Rebecca, o que aconteceu com você?  Não tem aparecido na universidade, não atende as minhas ligações. Estou preocupada. – Sarah diz rapidamente, dando para perceber sua tensão do outro lado da linha.

- Estou bem, Sarah. – respiro fundo. – Vou lhe explicar tudo depois, eu prometo.

- Me encontra essa noite no bar?

- Às oito? – acabo sorrindo.

- Fechado. – Sarah cai na risada. – Tenho que ir, estou me aprontando para a universidade.

Finalizo a chamada e me sinto um pouco mais leve. Eu preciso cuidar de mim daqui por diante. Os três irmãos me observavam, não vou negar que nesse cenário me remeteu aos Bartholy.

- O que foi? – pergunto confusa.

- Já se esqueceu que o perigo ainda está pelas ruas? Você quer morrer da mesma forma que a Becky? – Nate se transformou completamente, seu semblante irritado fez o meu estômago revirar.

Desejo IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora