Capítulo 16

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Respiro fundo ao observar o álbum de fotografia. Momentos maravilhosos que nunca mais voltará. O começo do álbum se resumia em fotos de meus pais, sempre apaixonados e com grandes sorrisos. Durante a gestação teve fotos e depois que nasci também.

Eu sinto tanta falta de meus pais, algumas lágrimas involuntárias escorre pela minha bochecha. Toda vez que a saudade bate profundamente, eu resolvo olhar as fotos. É doloroso, mas sinto que vou enlouquecer se eu não ver o rosto de minha mãe.

Passo as páginas que ainda estão vazias, esperando por outras fotos. Mas agora nem faz sentido, eles não estão aqui e qual seria a graça colocar uma foto minha sozinha? Não será a mesma coisa...

Uma foto que estava solta acabou saindo do meio das páginas em branco. Pego um pouco atônita e observo a foto. Era minha mãe de frente para uma casa modesta de madeira, ela usava um vestido florido como uma verdadeira camponesa.

A última vez que vi essa foto eu era criança, lembro-me de perguntar sobre essa foto uns anos depois e minha mãe disse que tinha desaparecido. Ou ela poderia ter se esquecido de onde deixou.

Olho pela última vez o sorriso de uma jovem mulher camponesa e guardo a foto de volta no álbum. Não tenho nenhuma lembrança com aquele lugar, mas parece que minha mãe teve as mais incríveis.

Deixo o álbum de lado e me cubro para dormir, fecho meus olhos na esperança de sonhar com algo bom. Mas acabo mergulhando em memórias nostálgicas de uma família que foi feliz.



Meu dia na universidade se passou rapidamente e quando voltei para casa, eu me sentia feliz por finalmente respirar. Lorie quis fazer um desfile de moda, naturalmente eu iria observar e dar as notas, enquanto Lorie usava os seus vestidos e com um rosto angelical. Mas a cada crítica, ela bateu o seu pezinho e levou para o lado pessoal.

Pela noite eu jantei mais cedo, então fiquei sozinha. Em questão de horas os meninos saíram com Lorie para caçar. Era um pouco assustador pensar em que animal eles iriam atrás, só de pensar naquelas presas perfurando minha pele me causa um certo medo.

Bem, ao menos eles podem voltar bem alimentados e não teremos um problema maior. Apoio meu cotovelo na bancada da varanda. Meu rosto estava apoiado na minha mão direita. Tudo estava silencioso, apenas o balançar das folhas, barulho de pequenos animais vagando por aí.

De repente algo pula dos arbustos, ajeito minha postura um pouco preocupada. Estreito meus olhos para ver o que é um animal. Ele sai das sombras e se encaminha para minha varanda. Estar no segundo andar ajuda a ter uma visão melhor do lobo. Ele ergue seu focinho me encarando, é como se ele soubesse que me encontraria aqui.

Fico em choque por ver esse lobo, ainda mais pela forma que aconteceu. Seus olhos na cor de âmbar continuam em mim. Eu vou descer para ver o lobo de perto. Saio do meu quarto correndo em direção as escadas, meu coração batia loucamente.

Abro a porta sem esperar e paro na varanda, olho em direção que o lobo estava, mas ele sumiu. Pisco algumas vezes, realmente ele não está mais aqui, ele foi embora?

Fico decepcionada com nosso desencontro, respiro fundo e volto para dentro de casa. Basicamente me arrasto para as escadas, a casa em si estava escura, mas a sala de estar tinha a lareira crepitando.

- De novo ele fugiu.

Digo para mim mesma enquanto subo as escadas, ao estar no segundo andar escuto um barulho do chão rangendo. Olho ao redor, mas nada fora do normal. Continuo seguindo para o meu quarto, percebo que a porta do quarto de Nicolae estava entreaberta.

Estranho, ela estava fechada desde que os meninos saíram.

- Hm, Nicolae?

Nenhum som sai por trás da porta, levo minha mão na maçaneta e abro devagar. O quarto estava vazio, apenas com a luz da lua entrando pelas janelas. Ok, isso é muito estranho! Me afasto e fecho a porta, de repente eu pulo ao ouvir barulho de algo caindo no meu quarto.

Desejo IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora