Capítulo 45

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Voltei para o quarto depois do banho, ainda atordoada com tudo o que aconteceu. Nate estava sentado no sofá, distraído com o celular.

- Se sente melhor? – ele perguntou, sem desviar os olhos da tela.

- Só processando tudo. – suspirei. – Como eu poderia ter visto o pai de Bethany? Ele me atacou, e com certeza não rasguei minha blusa quando caímos.

- Isso tudo é confuso. Vai além do que eu poderia saber sobre nosso mundo. Mystery Spell é carregado com bruxas, lobisomens e vampiros, mas com você é diferente. Algo mais profundo ressoa em sua vida. Consigo notar a diferença de como tudo mudou desde que você veio para a cidade.

- Meio que estou sendo o ímã para atrair os perigos mais obscuros do mundo paranormal. – completei, com ironia.

- Quase isso. – Nate riu. – Mas vamos dar um jeito.

Fui para o sofá e me sentei ao lado de Nate. Na mesa, estava a foto em preto e branco. Peguei-a para examinar melhor.

- Nada faz sentido. Em meus sonhos, vi o pai de Bethany, ele matou ela. Pude sentir sua dor, mas essa foto não deveria existir. – percebi que algo não se encaixava nesse quebra cabeça. – Pense comigo, sei que vai soar confuso essa analogia. No primeiro sonho com Beth, ela morria em 1920, mas no segundo falei de 1820. Mencionei isso para você na casa, mas saiu como se eu soubesse algo daquela época. Como eu teria certeza de que essa foto não poderia existir se a câmera foi criada em 1839, e ela, pela lógica, estava em 1920. Vamos dizer que tem uma diferença de 81 anos.

- Ela morreu jovem, certo?

- Sim, mas pela qualidade da foto, minha intuição diz que foi muito antes. O intervalo entre a primeira câmera e a morte dela é de 81 anos. Isso significa que, durante esse tempo, a câmera já era alvo de melhorias para se adaptar a evolução. Não faz sentido a foto ser de 1920.

- Acho que sou eu que vou enlouquecer. – ele disse, esfregando os olhos.

- De certa forma continuamos com dúvidas, mas tem uma peça faltando. – suspirei. – Me sinto exausta, parece que drenaram todo o meu poder.

- Era aquela casa... com certeza tinha magia nela.

- Sim. Mas, vamos mudar de assunto.

Meu celular vibrou. Levantei-me do sofá para pegar na cama e fiquei paralisada ao ver o nome de Drogo no visor. Atendi, um pouco receosa. Não tinha como saber o que ele falaria nesse momento.

- Drogo, aconteceu alguma coisa. – perguntei, sentindo-me ansiosa.

- Onde você está? – ele perguntou rudemente.

Oi? O que é isso? Sem um boa noite? Cadê a educação desse garoto?!

- Isso não é da sua conta! – respondi, no mesmo tom.

- Nova Orleans com esse cão sarnento? Que péssima escolha!

- Realmente só faço escolhas erradas. A principal foi ter me relacionado com você.

Desliguei na cara dele, agora você vê! O cara termina comigo com um “tchauzinho, boneca” e agora acha que pode ter um ataque de pelanca sobre para onde vou e com quem?

- Pela sua cara, nem vou perguntar. – Nate comentou.

- Ainda bem.

Definitivamente voltar para casa me causou alívio. Com a ligação repentina do Drogo, fiquei agoniada. Já não bastava a emoção que sofri naquela casa, Drogo resolveu piorar o meu estresse.

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⏰ Última atualização: Nov 05 ⏰

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