Acordo ouvindo a voz da mamãe, ela está me chamando? Abro meus olhos relutante e me vejo em um ambiente escuro. Sinto uma dor em minhas costas e me estico para melhorar minha postura, parece que acabei dormindo com a cara nos livros.
A voz voltou como um sussurro, mas consigo reconhecer. Essa voz é de minha mãe, isso é impossível! Me levanto atordoada e sigo a direção dos sussurros embaralhados. Não dava para compreender uma única palavra.
A mansão estava silenciosa como um terreno abandonado, somente a madeira rangendo debaixo de meus pés. Dou passos cuidados até estar no primeiro andar, caminho para a sala e vejo a lareira apagada e acabo desconfiado de que tem algo errado.
Normalmente a lareira fica acesa pela noite, principalmente por causa do frio. Esfrego meus braços ao sentir a atmosfera mais gelada, tem coisa errada e eu posso sentir. Penso em voltar para o quarto, mas um ponto chama minha atenção.
Olho para o canto da parede e percebo uma silhueta com uma luz no meio da escuridão. Estreito meus olhos para ver quem seria, a minha boca cai na hora.
- Mamãe?!
Fico boquiaberta, o seu rosto está sereno e seu olhar triste, lágrimas saltaram de suas órbitas, escorrendo pelo seu rosto tão bonito. Meu peito começa a doer, eu senti tanta falta dela.
- É você mesmo?
Minha garganta se fecha e sintomas lágrimas brotando em meus olhos.
- Você cresceu minha menina. – sua voz era baixa, mas consigo entender bem o que está dizendo. – A verdade está chegando e queria poder estar ao lado para te preparar.
- Como assim?
- Vai descobrir na hora certa. – um pequeno sorriso triste apareceu em seu rosto.
Me aproximo lentamente de minha mãe, no momento que estendo minha mão para tocar o seu rosto. Passa direto como se ela não estivesse aqui, na realidade ela não está aqui.
- O que está fazendo coisinha?
A voz do Drogo me assusta e me viro em um pulo, seu rosto estava contorcido pela desconfiança. Olho para frente novamente, mas minha mãe sumiu. Me deixando apenas com a escuridão e a presença exuberante do Drogo.
- Mãe? – procuro minha mãe pela sala.
- O quê?! – Drogo parece surpreso.
- Por favor, volta, não acabamos...
As lágrimas escorrem pelo meu rosto e acabo me sentindo fraca, meu corpo desliza para o chão. Levo minhas mãos para o meu rosto me sentindo impotente. É impossível ver ela novamente, ela morreu, mas tenho certeza de que estava parada na minha frente. Eu sei que não imaginei isso.
Sinto braços fortes me envolvendo e minha cabeça encosta em um peito. Afundo meu rosto no casaco macio de Drogo e fico sentindo o seu perfume amadeirado. Sua mão começa a afagar minha cabeça, na tentativa de me consolar.
- O que você estava fazendo aqui sozinha? – Drogo suspirou de forma triste.
- Eu vi minha mãe, ela estava na minha frente...
Não consigo terminar minha frase e volto a chorar.
- Tem certeza de que era ela?
- Sim, ela me chamou e me acordou, eu desci e a vi. Não sei como, mas era ela.
- Vou ajudá-la a se levantar.
Drogo se levanta com cuidado e me guia para as escadas, não consigo pensar com clareza agora. Ele me acompanha de forma cuidadosa pelos degraus até estarmos no segundo andar. Me levando diretamente para o meu quarto, ele fecha os livros com cuidado e coloca na escrivaninha, puxando os cobertores para me dar espaço.
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Desejo Indomável
VampireDepois de passar um ano e meio se perguntando o que faria a seguir. Rebecca Colleman decidiu recomeçar a sua vida em uma nova cidade, afim de seguir o seu sonho: se tornar uma arqueóloga como seus pais. A cidade de Mystery Spell era conhecida por di...