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Pov S/n Koyama:

Hoje é sábado, acordo com os beijinhos de Hiro, como sempre. O cachorrinho abanava o rabinho animadamente enquanto me observava acordar, faço carinho em seus pelos e em seguida me sento na cama, me espreguiçando. Ontem foi bom, fomos embora do restaurante às 23:00, eu adorei curtir esse tempo com os meus amigos. E sobre eu e Mitsuya, ficamos mais algumas vezes às escondidas, afinal Luna não dormiu tão cedo.

Resolvo finalmente me levantar e tomo um banho, lavando meu cabelo. Depois tomo café da manhã e estudo um pouco, eu sei que ninguém merece estudar sábado mas isso muda depois que você entra na faculdade, pelo menos foi assim comigo. Logo logo entramos em semana de provas e a semana inteira é corrida, então gosto de tirar um tempo pra estudar nos finais de semana.

Depois disso, dei uma geral no apartamento, passeei com Hiro e preparei o almoço, não sei se o dia tá passando rápido ou se eu que tô enrolando. Estava almoçando quando ouço a porta bater mas...ela não estava aberta. Largo o garfo no prato e me levanto rapidamente.

-Hiro?- Chamo pelo meu cachorro e nada.

Olho para os lados e procuro o cachorro por toda a casa e novamente não encontro nada. Saio pela porta do apartamento e no chão vejo um pequeno papel com algumas palavras escritas, uma letra familiar...

"Se eu não posso te ter, ninguém mais pode. Começando por esse puguento."

Que porra é essa?

Eu nem penso quando corro até o elevador e o chamo desesperadamente, eu estava ofegante, mesmo sem estar cansada. Quando chego no térreo, passo pela recepção e saio do prédio. Eu olhava para os lados a procura do meu cachorro, isso não pode estar acontecendo, não com ele. Corro descalça pelas ruas de Tokyo, olhando para todos os lados desesperada quem via pensava que eu estava fugindo.

Vejo então um amutuado de carros e pessoas rodeando um carro, me aproximo empurrando algumas pessoas e então consigo ver oque estava acontecendo. Um cachorrinho peludo agonizava enquanto sua patinha estava esmagada...era o meu cachorro. Por alguns momentos pude sentir meu coração parar, meus olhos marejaram e eu me joguei no chão de joelhos, ao lado de Hiro.

- Não, não, não. Por favor não.- Eu dizia desesperada enquanto observava a situação do cachorro, sem tocar, com medo de machuca-lo.

Olho para os lados vendo aquele amutuado de pessoas, eu só sabia chorar, olho para o cachorro novamente, seus olhinhos agora ameaçavam fechar.

-Hiro não, eu vou te tirar daqui pequeno, eu prometo!- Digo entre soluços e me levanto.

-Alguém me ajuda!- Grito e posso ver algumas pessoas se entre olharem.

Essas pessoas são idiotas? Não vêem oque tá acontecendo?

Puxo uma sacola da mão de uma mulher qualquer e tiro o moletom que eu usava, ficando somente de top. Pego o cachorro cuidadosamente do chão, mas mesmo assim ele chora em resposta, isso dói tanto. Mais lágrimas rolam pelo meu rosto, eu coloco o cachorro sobre meu moletom e enrolo sua patinha na sacola e assim empurro todos que estavam no meu caminho correndo em direção à um táxi. Abro a porta do carro e me sento no banco com o cachorro no colo.

-O veterinário mais próximo, rápido!- Digo observando o corpo do meu cachorro.

O carro começa a andar e eu nem prestei atenção no caminho, eu só olhava para o peito do meu cachorro, me certificando de que ele ainda subia e descia mostrando sua respiração. Logo o carro para e eu saio correndo em direção a clínica veterinária em minha frente.

-Emergência por favor! O meu cachorro...- Digo entre lágrimas, era incontrolável.

Dois veterinários então surgem na recepção e pegam o meu cachorro de mim, antes de o levarem eles se entre olham me fazendo ficar mais desesperada ainda. Não gosto de pensar muito nas hipóteses, mas é inevitável. Agora eu estava sentada numa cadeira da recepção, com a cabeça entre as mãos, ignorando totalmente o frio que eu sentia por estar só de top. Me assusto quando meu celular toca no bolso do meu short, pego sem nenhuma vontade e atendo sem nem ver quem é.

-Quem é?- Digo com a voz embargada.

-Sn? Oque está acontecendo?- Era Takashi.

-O Hiro...ele...ele foi atropelado.- Digo entre soluços.

-Oque? Onde você está?- Diz Mitsuya aumentando o tom de voz pela ligação.

-Eu não sei, estou num veterinário qualquer, eu só quero o meu cachorro- Digo tentando controlar o choro já sentindo minha cabeça doer.

-Eu tenho um palpite, estou a caminho.- Ele desliga a chamada e eu jogo meu celular no banco ao lado, jogando minha cabeça para trás.

Meu Deus por favor, faz parar. Como alguém tem coragem? Só pode ser o diabo.

Ele mal havia desligado a chamada e eu já pudia ouvir o motor de sua moto acelerado, o barulho era tanto que mesmo de longe eu era capaz de ouvir. E então, em menos de dois minutos o platinado já havia chegado.

Me levanto o vendo correr até mim e então nos abraçamos.

-Por que não me ligou, minha pequena?- Ele pergunta.

Eu afundo meu rosto em seu pescoço, molhando sua pele com minhas lágrimas. O platinado leva sua mão ao meu cabelo, o alisando.

-Eu não quero perder ele Mit.

-E não vai, o Hiro é forte.- Sua voz calma abraça todo o meu corpo.

- Tá doendo muito, como ele foi capaz...

-Ele? Ele quem? Não foi um acidente?- Ele diz olhando no meu rosto.

-O Taiju, era a letra dele no...- Eu não consigo terminar de falar.

Mitsuya afasta nossos corpos, tira seu moletom e me entrega.

-Nos vemos logo princesa, se cuida.- Takashi diz antes de depositar um beijo em minha cabeça e um selinho em meus lábios e ir em direção a saída.

Sua expressão era indecifrável, uma mistura de raiva com calma, eu não sei.

-Reunião da Toman em alguns minutos, no lugar de sempre.- É a última coisa que eu escuto.

Suas medidas | 𝗧𝗮𝗸𝗮𝘀𝗵𝗶 𝗠𝗶𝘁𝘀𝘂𝘆𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora