°•O Esquisito da 242•° | Luotto

Capítulo 24

Foram meses buscando respostas. Luísa estava exausta. Exausta de buscar soluções e não encontra-las. Fazia anos depois do desaparecimento de Marcelo. Ela tinha buscando a polícia, a perícia até pediu para Otto invadir o sistema de segurança da cidade. Mas nada.

Luisa estava vulnerável naquele momento tão difícil. Mas não queria demonstrar para ninguém. Principalmente para Otto...

Observando as crianças brincando no parquinho e lágrimas escorrendo por seu rosto. Luísa tentava buscar alguma paz. Mas não a encontrava. Mal sabia ela que todo apoio e paz que ela precisava estava pouco metros dela.

— Eles tem muita energia. - Uma voz grossa mas doce surge no ambiente. Tirando Luisa no transe.

— Otto.. - fala baixinho enxugando as lágrimas que escorriam por seu rosto

— Te procurei na sua casa.. na galeria.. não te encontrei lá. - Diz se sentando na grama ao lado da mulher. — Então lembrei que você ama vir no parque. - Um sorriso doce surge nos lábios de Otto.

Luísa tenta evitar o contato visual com Otto. — Gosto mesmo... - Diz com um sorriso amarelo no rosto.

Otto inclina um pouco o pescoço. Tenta lê-la mas os fios de cabelo sendo movimentados pelo forte vento cobrem seu rosto.

— Não gosto de te ver desse jeito... - Sua voz sai suave.

— Otto.. eu estou bem.

— Não.. você não está bem. Eu te conheço Luísa!

— Estou sim. Não tem com o quê se preocupar..

— Luísa você não.. - ele é cortado.

— PORRA OTTO! Eu já disse que eu estou bem! Para de insistir! - Ela esbraveja. Deixando Otto surpreso.

Percebendo a reação do homem Luísa se recompõe e abaixa a cabeça um pouco envergonhada.

— Desculpa.. - Ela Fala baixinho.

— tá tudo bem... Desculpe se estou sendo incoveniente ou... - Ele mesmo se corta. — Luísa.. não quero que ache que estou tentando me meter na sua vida.. - O olhar de Otto recai sob os dedos. — Só estou tentando te ajudar..

— Obrigada Otto.. eu agradeço a sua preocupação. - Ela sorri de lado. — mas não precisa se preocupar.

— Não é só que estou preocupado. - Ele a encara. Luísa arqueia a sombrancelha e o encara de volta.

— A Poliana..

— Luísa.. - Ele suspira. — Ela sabe de tudo. Nós enxergamos ela como uma garotinha mas.. ela já tem 15 anos. Ela me pergunta por você todos os dias.  -  Seu olhar recai para as pequenas margaridas plantadas naquela grama.

— Eu sei que ela cresceu.. mas eu..

— Luísa... Volta lá pra casa.. - sussurra.

— Como? - Ela arregala os olhos.

— Não quero que entenda mal.. mas... Sentimos sua falta. - O olhar intenso de Otto deixa os batimentos cardíacos de Luísa acelerados.

— Otto.. - O olhar dela recai para as pequenas margaridas. — Não sei se isso vai dar certo.

— Por quê não?

— Não quero incomodar vocês.

— Você não nos atrapalha! - Involuntariamente ele coloca sua mão por cima da dela.  — Muito pelo contrário. Você é como uma mãe pra Poliana e.. - Ele a encara.

— Otto.. Você sabe o quê aconteceu no passado.. - Ela afasta suas mãos.

— Eu sei..  Me corrói até hoje o quê eu fiz você passar... Sei que não deveria pedir isso.. mas.. você me desculpa? - Seus olhos claros refletiam tristeza.

— Eu já te perdoei há muito tempo. - Ela sorri.

Otto olha no relógio e volta o olhar para Luísa.

— Fico mais aliviado em saber disso. - Ele sorri de volta.

— Se precisar de alguma coisa.. por favor. Me ligue. - Ele sorri simpático e se levanta da grama.

— Obrigada..

Otto se despede de Luísa e caminha pelo parque com as mãos no bolso. Luísa o admira se afastando até ele sumir de sua vista.