Capítulo 44

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Perto do entardecer Otto finalmente chega em casa, solta bob da coleira e caminha até seu quarto, o abre e dá de cara com Luísa, sentada na beira da cama, braços cruzados e olhar estreitado além de um leve enrrugamento ao lado dos olhos.

— Boa tarde amor. - Ele retira o tênis, o deixando no canto do criado mudo, retira sua camisa de mangas curtas preta e a coloca em um cesto de roupa suja. — Está tudo bem? - Ele fica de frente a ela e cruza os braços.

— Por quê voltou tão tarde? - Seu tom era firme.

— Porquê eu estava passeando com o Bob. - Ele pega uma toalha no guarda roupa. — Sério isso?

— Estava com mais alguém, você não demora nem 20 minutos quando vai passear com o cachorro.

— Estava, estava sim, encontrei Na-ri por acaso na praça que costumo passear com o Bob. - Ele enruga a testa. — Satisfeita?

— Ah! - Ela sorri com escárnio. — Por acaso, sei. - Ela mantém o olhar fixo nele, Otto revira os olhos.

— Luísa, isso já está ficando irritante.

— Irritante? Irritante e te ver com aquela mulher oferecida, nem a conhece direito e.. - Otto a interrompe, os olhos do grisalho se arregalam, ele franze as sombrancelha.

— Oferecida? Sério isso Luísa? Esse seus ciúmes estão ultrapassando todos os limites! A conheço há anos, a conheci no mesmo tempo que você nem olhava na minha cara E AINDA ESTAVA CASADA COM O BABACA DO MEU IRMÃO! - Esbravejou.

Os olhos esverdeados  se inundam de água, ela pressiona os lábios e sai rapidamente do quarto de Otto, batendo a porta com força.
Otto suspira pesadamente, passa a mão pelos cabelos, pega sua toalha e segue em direção ao banheiro.

[..]

— Nossa vó. - Poliana espreme os olhos e sorri de satisfação. — Não sabia que carne de soja era tão boa.

— Tive que aprender a gostar e também a cozinhar por causa de uma pessoinha. - Glória encara Otto que não esboça nenhuma reação.

— Tá tudo bem pai?

— Tá sim filha. - Ele bebe um pouco de água para digerir tudo que estava acontecendo.

— Por quê a tia Luísa não veio jantar conosco?

— Não sei. - Responde objetivamente e volta a comer.

— Nossa.. - Poliana e Glória se entreolham. — Tá bom..

— Com licença. - Otto se levanta da cadeira e coloca o guardanapo que antes estava em seu colo em cima da mesa.

— Mas já? Quase não comeu nada..

— Não estava com tanta fome. - Ele deposita um beijo carinhoso na cabeça de Poliana. — Boa noite filha.

— Boa noite.. pai. - Poliana mastiga as abóboras cozidas tão devagar que pareciam pedras.

Otto caminha apressadamente até o quarto de Luísa, abre a porta e agradece mentalmente por ela estar destrancada, quando a abre pôde ver Luísa sentada na beira da cama lendo mais um de seus livros de romance que tanto comentava, Luisa o olha por cima do livro e o fecha, revelando uma expressão de irritação.

— O quê está fazendo aqui? - ela aperta o livro firmemente enquanto o fuzilava com o olhar.

Otto não responde nada, apenas se aproxima dela lentamente. Luísa estreita os olhos mas não se afasta.

— Eu já disse pra você não entrar mais aqu.. - Otto a cala com um beijo, Luísa murmura em protesto. - Otto segura o pescoço dela enquanto a faz se deitar nos colchões macios de sua cama. Apoiando suas mãos uma de cada lado do corpo de Luísa ele põe vê-la mais de perto, a respiração acelerada, o rosto avermelhado e os cabelos espalhados pelo hedredom a deixava ainda mais bela.

°•O Esquisito da 242•° | LuottoOnde histórias criam vida. Descubra agora