Parecia que todas as esperanças que Luísa tinha de levar uma vida feliz e sem mágoas se enfraqueceram ao ver a sobrinha com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar em seus braços, e ver sua sogra pálida e aflita a observando sentada em uma poltrona, " todos estão sofrendo.. por minha causa.." ela se culpava amargamente.
- Acho que já está na hora de você ir Polly. - Ela acaricia os cabelos loiros da menina.
- Não tia! Eu não vou deixar a senhora sozinha! - Ela aperta os lábios tentando segurar o choro.
- Não vou meu amor, seu pai vai ficar comigo. - Ela sorri tentando reconforta-la, mesmo sabendo que não conseguia organizar seus próprios pensamentos.
- Eu não vou conseguir me concentrar.. tia, por favor..
- Não perca aula por minha causa, eu estou bem, está no fim das aulas mocinha! Tem que estudar. - Seu tom divertido alivia Poliana.
- Sua tia tem razão meu amor. - Glória segura nos ombros da neta. - Vamos, eu também preciso descansar. - Glória caminha até Luísa e se despede dela com um beijo na testa. - Qualquer coisa me ligue!
- Farei isso. - O sorriso confiante de Luísa faz Glória ficar menos preocupada.
- Tchau tia! - Poliana acena para a tia antes de sair pela porta do quarto aonde ela estava.
Luísa respira fundo e toma um comprimido para dor de cabeça, bebe um gole d'água e se acomoda na cama do hospital, que a propósito, era muito confortável.
Não demora muitos minutos e Otto entra no quarto, Luísa ergue o corpo para encara-lo, ao olha-lo nos olhos seu coração se desfaz em mil pedaços, seu olhar estava distante, o canto de seus olhos estavam vermelhos e seus lábios tremiam.
Os olhos de Luísa arregalam e se inundam de lágrimas quando o vê daquela forma, Otto caminha até ela em passos pesados e se senta na ponta da cama, seu olhar revela o quão frágil ele estava, ao perceber que Luísa o encarava ele ergue o corpo e retorna a sua postura firme, ele sabia que ela conseguia lê-lo facilmente.
- Aconteceu algo? - Ela questiona e Otto desvia seu olhar para os pés dela vestidos por uma meia branca.
- Estou bem. - Sua voz estava rouca e arrastada.
- Otto. - O chama docemente, atraindo a atenção dele para ela.
Seus olhares se encontram em fração de segundos, e nesses breves segundos ela pôde decifrar tudo que passava pela cabeça daquele homem sério e firme.
- Obrigada. - Seus lábios se formam um sorriso agradável.
- Pelo o quê? - Suas bochechas ganham um tom suave de rosa ao vê-la sorrindo.
- Por estar comigo, cuidar de mim e me proteger. - Todo o amor que nutria por ele estava estampado em seu olhar naquele momento.
Seus lábios finos que antes tremiam de preocupação levemente sorriem para ela,Otto pega sua mão e repousa seus lábios quentes em seu dorso.
- Eu te amo. - Seu tom era baixo e suave, mas Luísa ouviu perfeitamente, ele a abraçou, os braços dele envolvem sua cintura e costas, Luísa repousa sua cabeça no ombro esquerdo dele e adormece lá mesmo, sentindo o calor de seu corpo a aquecer.
Ao perceber que ela adormecia ele a deitou e cobriu com um lençol macio,
Antes de sair ele deixa um beijo estralado em sua testa e enfim sai para o refeitório.2 dias depois
Luísa já havia recebido alta e estava em casa, deitada na beira da cama de casal com os braços cruzados sob os seios olhando para a porta de vidro da sacada aonde dava para ver as estrelas perfeitamente.
O barulho da porta de seu quarto abrindo a tira do transe, era Otto que se aproximava com uma caixinha em mãos.
- Vim cuidar dos seus ferimentos. - Ele se senta ao lado dela e põe a caixinha em cima da cama, a abre e retira uma pomada para hematomas.
- Irá sumir?
- Com o tempo sim. - Ele põe a pomada na ponta de seu dedo indicador e levanta a blusa de Luísa um pouco abaixo de seus seios para aplicar a pomada.
O medo atinge o corpo de Luísa que rapidamente se levanta da cama e cobre seu corpo. Otto arregala os olhos ao vê-la reagindo assim, o trauma estava pior do quê ele imaginava.
- Luisa..
- Por favor.. não me toque dessa.. dessa maneira.. - seu corpo inteiro estava gelado e tremendo.
- Ei.. - Ele segura sua mão. - Sente-se meu amor.. só quero passar a pomada que o médico recomendou. - Ele acaricia sua mão. - Eu não vou te machucar.
- Ah.. - Ela espreme os lábios envergonhada. - Me desculpa. - diz se sentando com o corpo encolhido e as mãos pressionando suas coxas.
- Tudo bem. - Ele suspira e põe a pomada nos dedos novamente. - Com licença. - Pede antes de levantar sua blusa e aplicar a pomada delicadamente por suas costelas.
Luísa murmurava cada vez que ele passava os dedos pelos hematomas.
- Só falta.. - Ele respira fundo quando escara as pernas dela cobertas por marcas roxas. - Luísa.. - Seus olhos claros se inundam de água enquanto ele aplicava a pomada em suas feridas.
- Não.. não chora.. - Seus olhos começam a marejar. - Se não eu também choro.. - Ela esconde seu rosto com as mãos.
Ele havia esquecido como ela estava sensível por conta da gravidez. Otto guarda a pomada na caixinha e a guarda em uma das gavetas do criado mudo.
- Oh Luísa.. - Ele a encara sem sabe o quê fazer, mas sabia como acalma-la rapidamente.. só estava com receio dela ficar com medo de seu toque. - Luisa. - Ela retira as mãos de seu rosto e o encara. - Posso.. te abraçar?
Ela limpa suas lágrimas e assente com um manear de cabeça, Otto deslisa seu corpo para perto dela e a abraça sem aperta-la muito, ele aquece o corpo frio e rígido dela.
- Eu estou aqui com você. - Sussurra enquanto acaricia seus cabelos. - Só.. confie em mim, por favor.
- Eu.. eu confio.. fui tosca por reagir daquela maneira.. me desculpe. - Otto nega com a cabeça e a faz deitar sua cabeça em seu colo.
- É normal.. você passou por coisas horríveis. - Ele acaricia seu rosto. - Descanse, meu amor, Poliana chegará daqui duas horas. - Ela concorda com a cabeça, fecha seus olhos e adormece no colo dele, enquanto Otto massageava seus cabelos.
Continua.
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°•O Esquisito da 242•° | Luotto
FanficO passado da familia pendlenton e D'villa não é a das mais agradáveis, Otto tinha descoberto e assumido Poliana como sua filha, Luísa D'villa não satisfeita, resolve se mudar junto com a sobrinha, e tentar descobrir algo que possa incriminar O dono...