três

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ANA JÚLIA

Acho que a bebida já tá começando a fazer efeito em meu organismo porque não tô pura, juro.

Minha cabeça tá rodando um pouco, meus olhos um pouco embaçado e já não tenho tanto controle dos meus atos, mas tá tudo bem.

O Gerson saiu do quarto da Giovanna e deixou nós duas sozinhas, aí eu arrumei o cabelo dela enquanto conversávamos sobre algumas coisas. Inclusive, ela me disse que acha um coleguinha da escola bem bonito. Nem soube como reagir.

— Fala tu minha consagrada— o Gabi aparece que um copo cheio de bebida e me entrega— já beijou na boca?

— Não, e você?

— Tá muito fraca, Najulia, eu já beijei.

— Não tem ninguém que faz o meu tipo aqui.

— Gerson é teu tipo.

— Impressão minha ou você quer juntar a gente?

— Só quero que você se divirta, Gerson é meu parceiro e uma boa pessoa pra você ficar, vai com tudo.

— Não quero ficar com ele.

— Vocês nem se conhecem, garota.

— Exatamente por isso que eu digo que não ficaria com ele.

— Você não vai precisar conhecer pra beijar e…

— Chega, tá legal? Chega.— dou um gole na bebida e faço uma careta— isso tá muito forte— entrego o copo pra ele— queria um vinhozinho.

— Ele tem uma adega aqui com várias bebidas, pode ir lá pegar.

— Pode mesmo?

— Vai lá, pô.

— Fica aonde?

Ele me pessa as "coordenadas" e eu me dou conta que fica perto da cozinha.

— Vou lá e já volto— dou um beijo na bochecha dele e me afasto.

Quando entro na adega que foi incrivelmente fácil de achar, a luz se acende rapidamente e eu fecho a porta.

Observo algumas bebidas nas prateleiras e procuro pelo meu vinho preferido. Fico tão entretida nisso que chego a me assustar quando ouço a porta de batendo.

— Assaltando minhas bebidas?— uma voz conhecida preenche o espaço e quando eu olho pra trás encontro o Gerson me olhando com um sorriso de lado.

Com cachaça na mente ele ficou mais atraente.

— Procurando um vinho— dou de ombros.

— Tem alguns por aí.

— E você veio fazer o que aqui?

— Pegar vinho pro Gabriel.

E de repente eu saquei o que tá rolando aqui, mas não digo nada pra ele.

— Entendi— dou de ombros e ele fica do meu lado.

Quando estico meu braço e seguro em um vinho, ele faz a mesma coisa e sua mão para sobre a minha, me causando um arrepio involuntário com o contato de nossas peles.

— Bom, pode ficar com esse— diz enquanto afasta as mãos.

— São seus, então pode ficar.

— Sou cavalheiro, então...

Ele pega o vinho e me entrega.

— Você ia tomar também?— pergunto.

— Sim.

𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora