vinte e cinco

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ANA JÚLIA

Eu não sei que rumo maluco é esse que minha vida tá tomando, sério, do nada eu perdi totalmente minha direção e não consigo mais me encontrar.

Tá tudo muito doido pra mim, minha mente tá uma bagunça gigantesca e parece que nada mais vai voltar pro seu devido lugar.

Faz um pouco mais de uma semana que eu fui lá na casa do Gerson e acabei encontrando a ex dele lá, então coloquei na minha cabeça que não era legal me meter entre eles e terminei seja lá o que era aquilo que estávamos tendo.

Desde então eu não o vi mais.

Tô sentindo falta dele? Um pouquinho, nada demais.

Tô evitando encontrá-lo? Tô.

Eu achei que logo ia superar, só que estava totalmente enganada em relação a isso.

Aquele cara não é fácil de ser superado, sério, entendo a ex dele.

Sempre que fecho os olhos pra dormir imagino as mãos dele passeando pelo meu corpo, seus sussurros no meu ouvido, as sensações malucas que ele consegue me causar fazendo isso...

O filho da puta me deixou vidrada nele.

— Ei, retardada, tá no mundo da lua?— o Gabriel da um puxão no meu cabelo e eu olho pra ele nada feliz— chegamos.

— Eu vou embora com seu carro e depois venho te buscar aqui, pode ser?

— Não, você vai entrar comigo.

— Eu não quero entrar, Gabriel, ele tá aí.

— Você sabe que não vai dar pra fugir pra sempre do Gerson, pô, não foi tu que disse que não sentia nada por ele? Pois então, não vai sentir nada.

Que ódio.

Acabamos de chegar no centro de treinamento de boxe do Flamengo e ele me obrigou a vir.

Os memes que surgiram depois de toda essa confusão foram muitos e eu ri em todos que vi, aposto que os torcedores também.

— Quem vai socar quem hoje?— pergunto assim que me livro do cinto de segurança.

— Se liga, otária.

— Otário é você, otário.

Abro a porta do carro e na hora de fechar, bato com força.

— Puta merda, ANA JÚLIA!

— Minha mão escapou— sorrio falsa.

Um sorriso que se vai assim que eu vejo o Gerson descendo do seu carro.

Travo, paro de raciocinar, fico estática e com vontade de entrar novamente dentro desse carro.

Ele me olha e abre um sorriso que de repente some do seu rosto. Seu olhar desvia do meu e eu sinto um negócio estranho no peito.

Desvio o olhar.

— Eu vou entrar— aviso pro Gabriel que certamente vai fazer isso com ele.

Não espero a resposta e saio.

Fujo, como sempre fiz.

Passo por ele sem olhar, não sou capaz de fazer isso porque sei que a partir do momento que nossos olhares se encontrarem vai dar ruim pra mim.

Quando tô longe, me encosto na parede e fecho os olhos, respirando fundo e soltando a respiração na sequência.

— E aí, Ana Júlia, tudo bem?— o Bruno pergunta assim que passa por mim.

𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora