ANA JÚLIA
Afasto algumas cadeiras para dar o espaço que preciso e me abaixo.
Não sei o que tá fazendo, nunca levei muito jeito com criança e muito menos pra acalmar uma que está chorando muito.
— Oi, posso saber o motivo de você estar chorando? Quero te ajudar— digo da forma mais doce que consigo e a garotinha levanta a cabeça, me olhando.
O rosto tá muito molhado por conta das lágrimas, seus cabelos cacheados estão um pouco bagunçados, mas não dá pra negar que ela é uma garota muito bonita.
— Não— fala e eu simplesmente não reajo.
— Sinceramente, viu? Tá quase se afogando em lágrimas e não quer ajuda? Então tá bom, fica ai embaixo da mesa, mas já ouviu dizerem que a partir do momento que você faz isso deixa de crescer?
— Então você ficava embaixo da mesa também?
Não entendi esse hater todo pra cima de mim, só queria ajudar.
— Não sou baixinha.
— Você é baixinha sim.
— Tenho um metro e sessenta certinho, sem tirar e nem por.
— Isso não é muito.
— Você fica igual um anão da branca de neve perto de mim.
— Mas eu ainda vou crescer.
Você nem deveria ter vindo pra cozinha, Ana Júlia, nem deveria.
— Cadê seus pais? Você tá aqui chorando, sozinha, abandonada, xoxa, capenga…
— Eu sou uma criança, você não deveria falar assim comigo.
— E eu sou adulta, por isso tô aqui querendo saber o que aconteceu contigo.
— Curiosa.
— Quem são seus pais? Vou chama-los aqui.
— Minha mãe brigou comigo.
— Por que será, né?
— Ela queria que eu falasse pro papai ir dormir lá em casa hoje, ela quer muito voltar com ele.
— Você não quer que eles voltem?
— Não, porque eu gosto quando eles tão separados, assim eu posso dormir em casas diferentes e meu pai sempre me mima muito.
— Você é inteligente, sua mãe não aceita o término, né?
— Sim.
— Deve ser uma corna inconformada— cochicho e ela me olha curiosa.
Porra, tenho que lembrar que estou conversando com uma criança.
— Bom, sai aí debaixo e a gente pode conversar melhor.
— Não quero conversar.
— Sai logo, por favor, assim você pode me ajudar a pegar água pra beber.
— É só abrir a geladeira.
— Mas eu não me sinto bem em abrir a geladeira dos outros.
— E eu posso?
— Você é criança, não dá em nada.
— Ah, tudo bem— ela sai debaixo da mesa e eu também me levanto, passando a mão no meu vestido e desamassando um pouco .
— Quer água gelada?
— Por favor.
Com uma intimidade incrível ela dá uma corridinha até a geladeira e abre, tirando uma garrafinha de água lá de dentro.
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𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀
FanfictionAmigos em comum, esse é o principal motivo que fez com que Gerson e Ana Júlia se encontrassem, digamos que em um momento um tanto quanto... alcoólico?! Trancados sozinhos dentro de uma adega cheia de bebidas e com muito álcool na mente, o que poderi...