dezenove

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ANA JÚLIA

Acordo sentindo minha cabeça rodando e meu estômago revirando.

Do meu lado, dormindo de barriga pra baixo tá o Gerson, ele tá com o rosto virado pra mim e eu consigo ver sua expressão tranquila.

Lembro da noite de ontem e do que ele me disse. Também me ajudou no banho e a secar meu cabelo.

Olho pra baixo e decido dar um tapa em sua bunda coberta apenas pela cueca preta da Calvin Klein.

- Que isso, pô- resmunga ainda de olhos fechados e eu dou uma risadinha.

- Acorda pra cuspir, gatão.

- Não entendo o sentido dessa frase.

- Nem eu- dou risada e me levanto, puxando a camisa que uso mais pra baixo.

Meu estômago revira mais uma vez e eu corro pro banheiro, vomitando todo o álcool do meu organismo.

O fim é triste, meus amigos.

- Bebe mais- ouço ele falando lá do quarto e só não respondo porque tô mais ocupada aqui quase vomitando meus órgãos.

Eu sei que a frase é típica e nunca é seguida, mas...

Eu nunca mais vou beber!

Quando termino, dou descarga, escovo os dentes e lavo meu rosto com meu sabonete que uso todas as manhãs pra manter minha pele lisinha.

Volto pro quarto no mesmo momento que a porta começa a ser espancada pelo Gabriel. Não preciso ir ver pra saber que é ele.

Vou até lá e abro, fazendo com que ele quase caia aqui pra dentro.

- Opa, bom dia aí dona Najulia.

- Bom dia, tô de ressaca.

- Eu não- da de ombros e olha pra dentro- o Gerson dormiu aqui, né?

- E aí, mano, bom dia- ele diz e faz um joinha pro Gabi antes de ir pro banheiro.

- Se acertaram?

- A gente nem tava brigado.

- Ah não tava não, né? Tá bom então- se encosta no batente da porta- hoje a gente não tem café da manhã, vim te chamar pro almoço.

- Que horas são?

- Na igreja.

Nossa, que ódio que fico quando ele fala isso.

- Não me aguento- ri- meio dia e quinze.

- O treino hoje é que horas?

- Tem não, pô, folga.

- Sei nem como dão folga pra vocês nessa fase ruim que vivem.

- Logo logo melhora- pisca- não demora muito aí, hein, vou comer sem vocês mesmo.

- Já vou descer, só vou trocar de roupa.

- Tá bom então.

Deixo ele sair pra fechar a porta e ir na direção do banheiro, o Gerson tá lavando o rosto, então eu abraço ele por trás e arranho seu peitoral.

- Que isso pô, já tá no pique?

- Sempre- beijo suas costas enquanto desço minha mão pelo seu corpo.

- Ok, bora pra mais uma- vira de frente pra mim e rapidamente me pega no colo.

Homem que tem pique é outras paradas, pô.

[...]

- Então, já tão namorando?- o Gabi pergunta e eu empurro meu prato de comida vazio um pouquinho pra frente, terminando de beber o suco que tava no copo.

𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora