GERSON
Com todo o cuidado que eu tiro não sei de onde, consigo deixar a cabeça da Ana Júlia sob a almofada e me levantar.
Dou um sorriso quando vejo a Giovanna dormindo no colo dela. As duas tão capotadas e eu acho que cochilei também porque quando me dei conta o filme já tinha acabado.
São cinco horas da tarde, é cedo e eu não deveria deixar a Giovanna dormir nesse horário.
Me abaixo perto dela e toco seu rosto com a minha mão.
— Filha, acorda— chamo e ela vai abrindo os olhos aos poucos.
— Eu quero dormir, papai.
— Não vai contar pra sua mãe que eu tô deixando você dormir nesse horário, né?
— Não, juro de dedinho.
— Então vamos lá no seu quarto, dorme na sua cama.
— Tudo bem— ela se levanta toda sonolenta e olha pra Ana— ela dormiu também?
— Dormiu.
— Deixa ela dormindo, tadinha.
Dou uma risada fraca e passo a mão na cabeça dela.
Subimos juntos para seu quarto e eu espero ela se deitar na cama e pegar no sono novamente pra sair e voltar pra sala.
Me sento no sofá e observo a Ana Júlia, tiro o cabelo que estava caído em seu rosto e observo sua expressão tranquila e serena.
Gosto pra caralho dela, é estranho o fato de ter começado a sentir essas paradas bem antes de trocarmos qualquer palavra.
Faço um carinho em sua bochecha e ela abre os olhos, mas não se afasta quando me vê.
— Dormi?— pergunta com a voz sonolenta.
— Dormiu por umas duas horas.
— Tá falando sério?
— Tô, a Giovanna também e eu assisti o filme sozinho, talvez tenha apagado também porque não lembro de muita coisa.
— Ela tá aonde?
— Dormindo lá no quarto.
— Preciso ir embora— se senta no sofá e eu coloco a mão em cima da sua coxa.
— Pode ficar aqui.
— Eu realmente preciso ir, tô a muito tempo aqui, já brinquei com a Gio, fizemos um piquenique estranho aqui na sala, assistimos um filme pela metade e dormimos.
— Não foge.
— Não tô fugindo.
— Tá sim— me jogo pra trás e pego uma almofada, apoiando minha cabeça nela.
Sinto a unha da Ana passando pela minha perna é fazendo cócegas, mas não dou risada.
Fico olhando pro teto enquanto o silêncio domina tudo. Eu sinto que ela foge, sabe? Tá vivendo o momento ali de boa quando de repente fala que tem que ir. Eu sei que ela não precisa ficar aqui, mas a forma como diz parece estar fugindo.
— É isso que eu sou pra você, né? Um emocionado.
— Não.
— Aham, sei.
Ela se deita em cima de mim, pega uma das minhas mãos, coloca em suas costas e segura a outra, levando até seu rosto.
— Eu tô falando sério— faz com que meus dedos deslizem pela sua bochecha e fecha os olhos.

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𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀
FanfictionAmigos em comum, esse é o principal motivo que fez com que Gerson e Ana Júlia se encontrassem, digamos que em um momento um tanto quanto... alcoólico?! Trancados sozinhos dentro de uma adega cheia de bebidas e com muito álcool na mente, o que poderi...