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ANA JÚLIA

Abro meus olhos aos poucos e uma preguiça gigantesca me domina.

Só aí percebo onde estou e com quem estou.

Um braço dele está em volta do meu pescoço, quase me sufocando e uma perna está por cima de mim.

Estamos em uma conchinha muito grudenta e eu juro que quase dou um grito pra ele se afastar imediatamente.

Eu tô... Pelada, ele está de cueca, mas eu estou completamente pelada.

E o foda é que nem da pra sair daqui porque ele me prendeu de uma forma tão presa que não consigo mover um músculo se quer.

Meu celular... Preciso dele, quero mandou um help pro Gabriel me tirar daqui, mas conhecendo a peça tenho certeza que vai soltar alguma piadinha e me deixar aqui mesmo.

Seguro seu braço e tento levantar, mas não consigo.

Eu. Tô. Nua.

Eu tô com vergonha.

Tá, depois disso tudo que fizemos sei que não tem nada a ver sentir vergonha, mas eu tô porque sou tímida.

Não sei que horas são e nem por quanto tempo dormimos.

Já pode ser noite, mas também posso ter dormido por pouquíssimo tempo.

Dou uns tapinhas no braço dele, não posso ficar aqui.

— Dorme— se aconchega mais atrás de mim e eu sinto minha bunda roçando e certa parte do seu corpo.

Dormir? Impossível. Im-pos-si-vel!

— Preciso ir embora.

Ele afasta meu cabelo pro lado e beija meu pescoço, usando a mãozinha nervosa pra apertar um dos meus peitos.

— Não precisa.

— Preciso sim.

— Vai fazer o que?

— Ir embora, ué.

Para de me beijar por favor, não tô conseguindo raciocinar direito.

— Eu te levo.

— Chamo um Uber, relaxa.

— Eu levo você, leãozinho, não seja teimosa.

— Você que é teimoso, da pra me soltar? Preciso ver o horário.

— Tem compromisso?

— Sim, com meu namorado.

Ele me solta e se afasta. Dou risada e me enrolo no lençol antes de levantar e começar a catar minhas roupas que estão espalhadas pelo chão.

— Tu tem namorado?

— Graças a Deus não.

— Nossa, que ódio— joga um travesseiro em mim e eu dou risada.

— Única maneira de você me soltar, chicletinho.

— Eu tava dormindo numa boa— se deita novamente na cama.

— Continua então.

— Aí você vai me dar fuga.

— Até que você é esperto.

— Engraçadinha você, né?

— Onde fica o banheiro aqui?

— A porta da direita.

Junto minhas roupas e caminho até o banheiro, quase tropeçando no lençol e levando um baita tombo? Sim.

— Quase capotou, hein— ele cai na gargalhada e eu luto pra não xingar esse filho da mãe.

𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora