GERSON
Toco a campainha e pouco tempo depois a porta é aberta pela Greice que tá com um roupão preto de seda em volta do corpo.
— Cadê a Gio?— entro e ouço a porta sendo fechada.
— Eu fiquei com ela que acabou dormindo.
Encaro a mulher na minha frente e vejo que sua boca está pintada por um batom vermelho bem forte.
— Tu tava em festa?— pergunto.
— Não.
— E por que sua boca tá pintada?
Ela dá uma risadinha e começa a se aproximar de mim.
— Você gosta de vermelho, e mais ainda quando a minha boca está pintada por essa cor.
E de repente o que a Ana Júlia disse começa a fazer sentido.
— Vou ver a nossa filha.
Ela segura no meu braço e eu lhe encaro.
— Ela dormiu, amanhã quando ela acordar você vê.
— Eu vou lá— dou a palavra final e puxo meu braço.
Vou até o quarto da Giovanna e abro a porta devagar. Como ela não gosta do escuro, a luz do abajur clareia bastante e eu posso vê-la enrola no cobertor e abraçada no urso de pelúcia que eu dei de presente.
Dou um sorriso e caminho até a cama, me abaixando do seu lado e beijando sua testa.
— Te amo muito, filha— digo baixinho e ela se remexe na cama.
Acordei a criança. Parabéns, Gerson.
— Papai?— me olha e passa a mão nos olhinhos— já tá dia?
— Não, meu amor, é noite ainda.
— Você tá fazendo o que aqui?
— Você não teve um pesadelo?
— Acho que não, eu tava dormindo bem.
Palhaço.
É isso que eu sou, um tremendo de um palhaço.
— Ah, então o papai que deve ter sonhado— sorrio fraco— volta a dormir, princesa, vou ficar aqui.
— Tá bom, papai, boa noite e até amanhã.
— Boa noite, pretinha— dou mais um beijinho em sua testa e fico passando a mão em sua cabeça até que ela pegue no sono novamente.
Ajeito a coberta em seu corpo e me levanto, olhando pra Greice encostada no batente da porta.
Caminho até lá, fecho a porta e saio, indo pra sala.
— Cê tá de palhaçada com a porra da minha cara?— pergunto tentando não demonstrar o quanto tô puto— você me liga no meio da noite e mente dizendo que a nossa filha teve um pesadelo quando na verdade isso é só uma mentira sua pra me ter aqui?
— Eu sinto falta da gente, queria você aqui comigo e essa foi a única forma que encontrei. Me desculpa.
— A gente não existe mais, porra, já deu o que tinha que dar.
— Não fala assim, somos um casal lindo e temos potencial de ficar juntos.
— A realidade é que estamos empurrando isso com a barriga a muito tempo e eu cansei.
Me sento no sofá e abaixo a cabeça entre minhas mãos.
Respiro fundo e penso que agora poderia estar lá com a Ana Júlia, mas não, decidi ser trouxa.
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𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀
FanfictionAmigos em comum, esse é o principal motivo que fez com que Gerson e Ana Júlia se encontrassem, digamos que em um momento um tanto quanto... alcoólico?! Trancados sozinhos dentro de uma adega cheia de bebidas e com muito álcool na mente, o que poderi...