𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀

dezesseis

GERSON

Fico olhando pra Ana Júlia deitada do meu lado, ela tá com a cabeça no meu peito enquanto minha mão faz um carinho em suas costas.

Estamos deitados na minha cama nos recuperando de uma transa boa pra caralho.

— Tá de boa?— pergunto e ela me olha, confirmando com a cabeça— tá tão calada.

— É que não tenho nada pra dizer— sorri fraco e volta a deitar no meu peito— acho que vou embora.

— Para de fugir, pô, fica aqui um pouco, conversa comigo.

— Tô pelada, deitada na sua cama e com vontade de sair correndo daqui, tu acha que eu sei conversar em um momento assim?

— O lençol infelizmente tá cobrindo seu corpo.

— Pode não parecer, mas é estranho pra mim estar assim.

— Estar pelada? A gente literalmente acabou de transar.

— Transar é uma coisa, ficar nua e abraçada já é outra coisa totalmente diferente, são momentos diferentes.

— Fica desconfortável?

— Um pouco.

— Pera aí— me levanto e ajeito a cueca no meu corpo.

— Vai fazer o que?

— Espera, leãozinho.

Vou até meu closet e pego uma camisa minha, em seguida volto pro quarto.

— Veste— entrego pra ela— quer que eu vire de costas?

— Nem precisa, né?— ri e tira o lençol que estava em volta do corpo, colocando a minha camisa logo em seguida.

Deito novamente na cama e espero que ela faça o mesmo pra colocar minha perna em cima dela.

— Mano, cê tem uma cereja tatuada na perna?— ri.

— Porra, não ri.

— Me explica isso, cara.

— Nem sei o motivo, só fiz.

— Muito aleatório, sério, tem mais alguma engraçada?

— Várias.

— Já tatuou o nome da sua ex?

— Pior que já.

— Você tem cara de quem faz tatuagem pra namorada— ri— cadê?

— Cobri depois do segundo término e depois que voltamos fiz de novo, aí depois de outro término tive que cobrir de novo.

Ela começa a rir de novo e eu fico sério.

— Não tem graça, viu?

— Tem sim, tem que ter coragem pra tatuar nome de namorada ou namorado.

— E esse G aqui no seu pulso?— mostro pra ela.

— G de Gabriel, mas nós somos amigos a muitos anos, o que é totalmente diferente do seu caso.

— Ele tem pra você também?

— Tem minhas iniciais, mas com o tanto de tatuagem naquele corpo que parece um gibi nem da pra ver, mas é no pulso também.

— Tu nem tem muitas, né?

— Tenho essa no pulso, esse coração tatuado no dedo, nas costas eu tenho uma frase.

— O que tá escrito? Nem reparei.

— Obviamente não reparou, mas tá escrito um trecho da música do Ret que diz "contra a depressão lutei na marra" mas eu coloquei em inglês pra ficar mais chique.