trinta e um

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ANA JÚLIA

Acordo sentindo uns beijos sendo distribuídos por todo o meu rosto e dou um sorriso. Não preciso abrir os olhos pra saber quem está fazendo isso.

— Bom dia, aniversariante gata— diz e eu abro os olhos, observando ele com aquele sorriso gigante nos lábios.

— Bom dia— passo a mão no rosto— sabe o horário?

— Olhei no relógio agora a pouco e era dez e vinte.

— Meu Deus— empurro ele pro lado e me levanto rapidamente.

Péssima idéia, tudo gira e eu tenho que me sentar novamente na cama quando o teto fica preto.

— Levanta rápido de novo, otária— bate na minha cabeça.

Quanto carinho envolvido.

— É muito tarde, eu sempre acostumo acordar cedo quando é meu aniversário pra poder aproveitar bem o dia- me levanto novamente e dessa vez não parece que irei desmaiar.

— Então vai se arrumar pra gente aproveitar seu dia.

— Mas eu nem sei o que fazer hoje.

— Confia em mim, pô— pisca.

— Hum, tá bom então, né— murmuro e antes que eu me jogue em cima desse gostosão sem camisa bem em cima da minha cama, dou uma corridinha até o banheiro e tranco a porta.

Puta merda! Que trator me atropelou? Eu tô horrível hoje.

Meu cabelo tá todo bagunçado, meu rosto amassado, lábios inchados e espera aí, tem uma espinha em mim? Como assim no auge dos meus vinte e poucos anos saiu uma espinha na minha cara?

— Que belo presente de aniversário...— mumuro incrédula e lavo meu rosto, escovo os dentes e aproveito pra fazer uma skin care enquanto penteio meu cabelo.

Quando da o tempo, tiro a máscara facial e lavo meu rosto novamente com outro sabonete.

— Você vai se chamar jubiscreuza— batizo a minha espinha— só espero que você suma logo da minha vida.

Tiro a camisa do Gerson que tá no meu corpo e viro de costas, levantando um pouco os pés e olhando a minha bunda no reflexo do espelho. Tá toda marcada.

Vou denunciar ele por agressão, já tô avisando.

Só que aí eu lembro que ontem tava adorando os tapas que ele dava. Credo, eu sou muito safada.

Como hoje é meu dia e eu não tô nem aí se vou demorar fazendo algo, entro no banho e fico lá pelo que parece ter sido uma eternidade. Hidrato meu cabelo, meu corpo e até choro um pouquinho porque ontem mesmo minha mãe mandou mensagem falando que ela com o meu pai não iriam conseguir vir.

Já me acostumei, então não dói tanto não te-los aqui. Sentir saudades das pessoas é algo que é rotineiro pra mim desde que me entendo por gente.

Saio do banheiro enrolada na toalha e não encontro mais o Gerson no quarto.

Pego um vestido preto que fica coladinho no corpo, uma calcinha e volto pro banheiro, me vestindo.

Termino de me arrumar por completo uns minutos depois e saio do banheiro, levando um tremendo choque quando vejo que o Gerson tá segurando um buquê de rosas vermelhas e brancas.

Nem ferrando...

Me aproximo dele que pela primeira vez tá com um sorriso envergonhado e sorrio largamente com isso.

Eu achei fofo, que saco!

— Eu sei que você não gosta de ganhar flores e...

Não deixo ele terminar de falar porque lhe puxo para um beijo.

𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora