Faíscas Voam.

99 17 1
                                    

   Desde que ele havia aprendido a dirigir há pelos menos cinco anos atrás, Tetsurou nunca havia dirigido tão rápido e queimado tantos sinais em sua vida quanto naquela noite.

  Quando eles finalmente saíram do carro, Tetsurou cuidadosamente retirou Kei do veículo. Embora estivesse um pouco melhor do que antes, ele ainda apresentava uma palidez e frieza preocupantes. Mesmo que os protestos de Kei sobre a situação fossem repetidos centenas de vezes, Tetsurou optou por ignorá-los, focando apenas em tocar a campainha de uma bela casa. Perdido e sem saber para onde havia se dirigido, Kei viu tudo se tornar claro quando a porta foi aberta, sentindo-se completamente estúpido por não ter se lembrado antes.

— Tetsu! Quando você me ligou eu quase caí da cama, não se faz isso com uma mulher grávida e- — Kuroo Izumi, a irmã enfermeira e mais velha de Tetsurou começou a falar mas, ao passar o olhar para o acompanhante do irmão, arregalou os olhos. — Meu Deus, Kei!

   A mulher de cabelos pretos e compridos correu imediatamente na direção oposta, oferecendo ajuda ao seu irmão mais novo para conduzir Kei até o interior de sua residência.

— Eu estou bem, seu irmão é exagerado. Me desculpe por incomodá-la essa hora da noite. — Kei suspirou enquanto Izumi o posicionava numa poltrona na sala.

    Além disso, havia um homem desconhecido na sala, seu rosto denotava preocupação enquanto segurava o que parecia ser um kit médico.

— Tetsurou sempre foi exagerado, mas nesse caso, ele tem toda a razão! Você está pálido, gelado… — Izumi exclamou preocupada e então, se virou. — Eu vou medir sua pressão. Querido, me traz o medidor digital, por favor.

    O homem na sala obedeceu às ordens da mulher, sumindo por um momento.

— O que aconteceu? Você se sentiu assim de repente? — Izumi perguntou preocupada.

— Nós estávamos jantando e saímos para caminhar e, de repente, ele começou a tossir e ficar pálido. — Kuroo explicou ainda nervoso, sem parar de mexer a perna.

— Pode ter sido alguma reação alérgica, algumas acontecem mais tarde. Você comeu algo que tem alergia durante o jantar? — Izumi voltou a perguntar quando o seu marido chegou com o aparelho em mãos. — Respire fundo e deixe o pulso no braço da poltrona, alinhado com o coração.

— Eu não sei ao certo, mas provavelmente foi isso. Eu tenho alergia a cogumelo. — Tsukishima retrucou, obedecendo o que a mulher pedia.

  Izumi colocou o dispositivo em seu pulso e o ativou, pedindo à Kei que mantivesse sua respiração estável. Com uma expressão ansiosa, a mulher encarou o resultado e seus olhos se arregalaram ao ver os números piscar, indicando o valor de sua pressão arterial.

— Puta merda, 16/12. Satori, pega  clortalidona e a anafilaxia! — Bradou a mulher.

   Tetsurou reconheceu imediatamente os nomes dos medicamentos assim que foram mencionados. O primeiro era um medicamento para pressão alta, geralmente usado por pessoas que sofriam de hipertensão. O segundo era um remédio injetável usado para casos de alergia. Esses nomes ecoaram em sua mente ao longo dos anos, já que sua irmã era enfermeira e sua mãe, médica aposentada.

    Ele presenciou o momento em que o marido de sua irmã cuidadosamente entregou o remédio para Kei, juntamente com um copo d'água, enquanto Izumi se posicionava para realizar a aplicação na perna.

— Pronto, você vai melhorar agora. Eu vou fazer um chá verde, ajuda a baixar a pressão. Vocês vão dormir aqui hoje, está bem? Não vou deixar vocês irem para Sendai uma hora dessas. — Izumi protestou enquanto caminhava até a cozinha. — Tetsurou, esquenta água na banheira para o Kei.

𝐅𝐎𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑 & 𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 • KuroTsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora