Nunca Cresçam.

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14 DE AGOSTO DE 2023.
SEGUNDA-FEIRA.
17h48.

   Fodido. Tsukishima Kei encontrava-se em uma situação precária e totalmente fodido e estava completamente consciente de que estava em apuros. O loiro acelerava ao máximo em direção ao ginásio, onde ocorriam as eliminatórias anuais para o torneio de primavera. A primeira partida estava marcada para às 12:30h, com o time feminino do Nokuma enfrentando o time feminino do Tokonami High. Segundo seu salvador Kuroo Tetsurou, as meninas do Nokuma tinham vencido essa partida e também haviam triunfado contra o Hakusuikan High em seguida, já classificadas para as quartas de finais. Enquanto isso, o time masculino já enfrentara ambos os times e encontrava-se na metade do segundo set contra o Hakusuikan High, em vantagem por dois sets.

   O motivo de seu atraso era mais simples do que parecia, porém, sua compreensão ainda não era plena e ele sabia que seus filhos também não entenderiam completamente. Tsukishima havia saído para uma importante reunião em seu trabalho, na qual estava programado para assinar seus documentos de demissão às 11h da manhã. No entanto, as horas se arrastaram, seu chefe o manteve preso na tentativa de fazer algum acordo para ficar e, no final das contas, ele só conseguiu sair às 17h. Desesperado, ele dirigia o mais rápido possível, ansioso para, pelo menos, conseguir assistir ao final do jogo de Katsuo, já que havia perdido o de Sayuri de qualquer forma.

   Ele sabia que, ao chegar lá, Sayuri estaria triste por não ter comparecido à sua partida. Katsuo também estaria abalado, embora demonstrasse menos emoção do que a menina. Isso o angustiava profundamente, pois eles eram muito parecidos e, ele não suportava a ideia de que seus filhos passassem pela mesma dor que ele sentiu quando descobriu que Akiteru havia mentido para ele há cerca de quinze anos sobre sua posição no time do Karasuno. Kei se esforçava ao máximo para ser um pai exemplar, para estar presente e ser mais do que apenas um parente. Ele queria ser um amigo em quem os gêmeos pudessem confiar cegamente.

   Mas que parentes quebram uma promessa tão importante?

    Quando Tsukishima chegou ao ginásio, estacionou seu carro de forma desordenada em uma das poucas vagas disponíveis e apressou-se para o interior do local, em busca da quadra onde o último jogo do dia estava sendo realizado. Kei podia ouvir o ruído animado dos tênis deslizando pelo chão e, ansioso, dirigiu-se na direção dos sons, alcançando finalmente as arquibancadas e correndo em direção ao centro delas, onde teria uma visão privilegiada da partida. No entanto, antes que pudesse tomar seu lugar, o ruído estridente de uma bola colidindo contra o chão à esquerda da quadra ecoou e o árbitro soprou seu apito. O placar já exibia a vantagem de 2x0 para a equipe adversária.

    O coração de Tsukishima ainda batia acelerado enquanto ele descia das arquibancadas e começava a procurar pelos gêmeos e pelas equipes vencedoras. A decepção consigo mesmo era avassaladora, pois ele não tinha conseguido chegar a tempo para apoiá-los no jogo. Seus olhos vasculharam cada canto do ginásio em busca dos filhos, até que finalmente avistou um deles.

   Sem hesitar, Tsukishima correu na direção dos meninos, os quais estavam sendo parabenizados e abraçados por Kuroo enquanto comemoravam a vitória. O pai se aproximou, seus olhos fixos exclusivamente em Katsuo. Inicialmente, o menor não percebeu a aproximação, mas quando finalmente notou a presença do pai, seus olhos se arregalaram em surpresa.

— Pai? O que o senhor está fazendo aqui? — Katsuo indagou ao retirar a garrafa que bebia da boca.

— Querido, me desculpe, eu não consegui chegar a tempo… Eu fiquei preso na reunião e não pude vir, eu tentei vir o mais rápido possível, mas sei que não foi suficiente e eu cheguei no último momento do jogo. — Kei começou a falar nervosamente.

𝐅𝐎𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑 & 𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 • KuroTsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora