27 DE JULHO DE 2023.
10:35 DA MANHÃ.Quando as pálpebras de Kei se fecharam e, posteriormente, abriram, forçando-o a acordar, ele experimentou pela primeira vez uma dor pulsante tão intensa em sua cabeça que parecia uma bomba prestes a explodir. Ele automaticamente levou a mão à cabeça, numa tentativa de resgatar as memórias vagas dos eventos da noite anterior. Com esforço, o homem se ergueu para se sentar na cama, sentindo a pulsação em sua cabeça se intensificar ainda mais.
Colocando os óculos com um gesto praticado, Tsukishima arrastou seus pés em direção ao banheiro, numa busca desesperada por algum alívio para a dor insuportável latejando em sua cabeça. Enquanto se encontrava no banheiro de sua opulenta suíte, os sons das vozes de seus animados sobrinhos ecoavam pelos seus ouvidos sensíveis, com o tom estridente de Sayuri se destacando dentre todas. Após um banho rápido, o loiro se vestiu com roupas descontraídas e confortáveis, antecipando um dia de inatividade dentro de casa.
Enquanto abandonava o aconchego de seu quarto, o som de vozes acaloradas e agitadas capturou a curiosidade de Kei, incitando-o a seguir o rastro sonoro até a sala de sua residência. Lá, testemunhou uma cena comovente: Sayuri, com lágrimas rolando pelo rosto, segurava desesperadamente um caderno, enquanto Katsuo tentava explicar algo a ela, sem sucesso, apenas intensificando ainda mais suas lágrimas.
— O que é que está acontecendo aqui? Sayuri, por que você está chorando? — Tsukishima indagou ao flagrar a cena, totalmente confuso.
— EU NÃO ENTENDO QUÍMICA. — Aos berros, a garota lamentou enquanto enfiava o rosto nas almofadas do sofá.
Katsuo suspirou.
— Pai, eu já tentei tudo o que eu podia, eu desisto. O cérebro da Sayuri veio com defeito, eu não sei como ela está na classe quatro. — Katsuo cruzou os braços, deixando de lado o livro de química da escola que segurava.
— Não fale isso da sua irmã, Katsuo. Ela apenas tem dificuldade na matéria. — Kei repreendeu, se aproximando dos filhos.
— Amanhã é o dia da recuperação e o Kuroo-san vai me deixar no banco no amistoso depois de amanhã contra o Fukurodani e eu quero muito jogar, pai! — Sayuri soluçou, seu rosto vermelho e inchado. — Eu quero entender, você vê que eu tô me esforçando mas eu não consigo!
Tsukishima suspirou com suavidade, acomodando-se entre os gêmeos que compartilham do mesmo sofá. Seus dedos habilidosos percorreram gentilmente os fios loiros da jovem, afastando-os delicadamente de seu rosto. Naquele momento, a angústia evidente nos olhos da garota trouxe à mente lembranças de Hinata e Kageyama, cujo destino parecia ter sido agraciado com uma habilidade excepcional no vôlei, como se fossem tocados por uma força divina capaz de garantir-lhes sucesso nesse esporte, uma sorte que certamente não encontrariam ao buscar empregos convencionais.
— Vamos fazer assim, está quente hoje, nós três precisamos relaxar, comemorar a minha vitória ontem e eu estou de folga. Daqui a pouco nós vamos descer lá para baixo para jogar vôlei e tomar banho de piscina. No fim do dia, vamos estudar química e fazer um pequeno jogo de perguntas e respostas, combinado? Avise ao Kuroo-san que você não vai para o treino hoje para poder estudar. — Kei indagou.
Um sorriso radiante iluminou o rosto de Sayuri, seu entusiasmo transbordante diante da proposta.
— EU ADOREI ESSA IDEIA! OBRIGADA, PAI! — Sayuri exclamou animada, pulando no homem à sua frente. — Você é o melhor!
Tsukishima sorriu delicadamente, envolvendo a garota em seus braços acolhedores, enquanto, com um gesto terno da mão esquerda, chamou Katsuo para se juntar a esse abraço cheio de ternura. No princípio, o jovem relutou, mas aos poucos cedeu à conexão e abraçou a família com fervor. Esses preciosos momentos eram capazes de fazer Kei arremessar para longe todos os obstáculos e preocupações que assolavam sua vida, pois nada no mundo poderia comparar-se ao amor que nutria pelos seus gêmeos. Durante um instante efêmero, o pesado fardo da insuportável dor de cabeça até mesmo se dissipou na presença deles.
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𝐅𝐎𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑 & 𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒 • KuroTsuki
FanfictionㅤQuando seu irmão mais velho, Akiteru, morre devido a uma doença crônica, Kei se vê sozinho e assume a responsabilidade de cuidar dos seus sobrinhos gêmeos quando o tribunal concede a guarda das crianças a ele, transformando-o de jogador de vôlei de...