light and shadows 32

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Gwyn

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Gwyn

A noite estava fria e silenciosa do lado de fora do portal. A magia que envolvia aquele lugar era quase palpável, uma aura misteriosa que acrescentava à sensação de isolamento. Enquanto andava apressadamente entre os arbustos, uma sensação de calma começou a tomar conta de mim, um alívio que era quase instantâneo.

O som ali era quase inaudível, como se o mundo estivesse em um suspiro tranquilo. A penumbra envolvia tudo ao meu redor, mas minha visão, adaptada à escuridão, permitia-me enxergar o suficiente para me orientar.

Minha rota me levava em direção a uma pequena fonte no centro da área. O ambiente era escuro e frio, mas aquele lugar oferecia o refúgio que eu tanto necessitava naquele momento. Chegando à fonte, coloquei a taça na beirada de pedra e pousei minhas mãos sobre ela. A sensação era fria e áspera, um contraste com o calor queimante que sentia dentro de mim.

Meus olhos fixaram-se na taça, meu coração batendo rápido devido ao desespero que ameaçava me envolver. Eu precisava acalmar esses pensamentos autodestrutivos, mas, por enquanto, a taça era minha única salvação. Peguei-a e tomei um gole rápido do líquido, sentindo a queimação instantânea percorrer minha garganta e me fazer engasgar quando afastei a taça dos lábios.

Cada gole parecia uma pequena explosão de calor e sabor em contraste com o frio da noite, mas não era suficiente para extinguir completamente a tempestade de emoções dentro de mim. Ainda assim, era um alívio momentâneo, uma pausa na luta que travava com minhas sombras.

Minha taça quase vazia escapou dos meus dedos quando ouvi aquela voz, uma voz que tinha uma calma surpreendente, e o poder que emanava daquela figura atrás de mim era completamente diferente de qualquer coisa que já tinha sentido antes. Sobressaltada, virei-me abruptamente para encarar o macho envolto na penumbra a alguns metros de distância.

- Vai com calma, senhorita, ou vai acabar engasgando novamente. - ele disse, sua voz soando gentil, quase como uma melodia. No entanto, meu nervosismo só aumentou. Quem diabos era esse sujeito?

- Quem é você? - perguntei apreensiva, mal conseguindo vê-lo na escuridão e ocupada demais com meu próprio problema para me importar com algum desconhecido que ousava me dar sermão.

- Para uma pessoa que não quer ser vista, você não fez um bom trabalho, - ele respondeu calmamente, sem deixar transparecer qualquer ofensa pela minha hostilidade.

Minha irritação inicial se transformou em constrangimento quando ele se revelou à luz da lua. Seus cabelos brancos brilhavam como prata, seus olhos eram como joias azuis cristalinas e sua pele era da cor do mogno escuro. Era Tarquin, o Grão-Senhor da Corte Estival, uma figura importante que eu só tinha ouvido falar nas histórias.

Corte de luz e sombras - GwynrielOnde histórias criam vida. Descubra agora