III

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Fiquei um bom tempo sozinha nessa cobertura, estava extremamente entediada, mas pelo menos serviu para encher minha barriga e acima de tudo fiz as comprar para ficar semanas nessa cobertura. no fim comprei algumas peças e não me arrependo de ter gasto tanto ou de ter usufruído da hidro, comprado um bom vibrador para me fazer companhia e acima de tudo de ter dormido sozinha, mas tudo que é bom dura pouco não é mesmo? 

E aqui está ele, o rosado adentrou o quarto removendo as luvas e o colete, foi até o closet onde pegou uma tolha e seguiu para o banheiro onde pude ouvir claramente o barulho do chuveiro, quando saiu estava usava apenas uma calça de moletom e isso me deixou confusa. Se tem uma coisa com a qual não estou acostumava é ver o corpo dele assim tão... exposto.

Descemos para tomar café que por um milagre eu fiz e ficou bom e nos sentamos á mesa da varanda, tendo uma vista e tanto da cidade.

-- Precisamos conversar. -- ele afirmou enquanto levava a xícara de café aos lábios.,

-- Sobre o quê? Já adianto que eu gastei trezentos e cinquenta mil e que é pouco para você... -- Ele arregalou os olhos.

-- Está tentando me falir mulher? -- Tive de sorrir.

-- Você é rico não é possível que seja mão de vaca.

-- Já viu rico ser mão aberta? Se fosse não seria rico porra. -- Revirei meus olhos.

-- Olha, não vou pagar. Você não é o meu "marido"? Então o mínimo que se espera de um bom marido é que pague pelos meus caprichos. -- Sorri minimamente e ele jogou os cabelos para trás.

-- A sua sorte é que estou com a cabeça em outro lugar, agora eu preciso que trabalhe para mim. -- Arqueei a sobrancelha.

-- Até onde sei mulheres de mafiosos não se metem nos negócios há não ser que seja para estar ao lado e na Bonten não tem nenhuma mulher... -- Ironizei

-- Não se faça de sonsa, você era a herdeira da Scorpions.

-- Era não, eu não morri. Sou legalmente a herdeira da Scorpions. -- Sorri orgulhosa e ele revirou os olhos.

-- Então sabe como funciona, você vai trabalhar com South. -- O nome saiu com tanto desdém que não pude deixar meu leve sorrisinho incontido enquanto beberiquei meu café, foi aí que entendi a gravidade da situação. Eu sabia que Terano daria conta dos cinco e tenho certeza que me pediu como pagamento.

-- Não vou foder com seus parceiros por que você não se aguentou Sanzu. -- Falei séria enquanto ele me encarou com ódio.

-- Acha mesmo que se fosse para isso teríamos essa conversa? 

-- Que bom, isso prova que pelo menos ainda tem um pouco de bom senso. -- Ele revirou os olhos.

-- Escuta aqui sua maldi...

-- Kim, se quer mesmo me convencer a trabalhar pra você é bom começar a ser gentil. -- Senti o gosto do poder invadir meu paladar, finalmente vou me vingar desse arrombado. 

-- Kim... -- Ao dizer meu nome Sanzu parecia estar sofrendo.  -- O maldito Terano quer que o ajude com um cofre. 

Respirei tranquilamente antes de terminar meu café e encarar esses orbes que fariam qualquer uma se perder, inclusive eu.

-- Se é só isso, eu aceito. -- Sanzu parecia satisfeito com a minha resposta e meu sorriso tímido fez com que entendesse que havia algo mais: -- Aceito com uma condição. -- Ele me olhou incrédulo.

-- Que condição?

-- Quero que você tire isso de mim -- apontei para a coleira.

-- Não.

Karma | SanzuOnde histórias criam vida. Descubra agora