XVI

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-- Considere-se com sorte, parece que terá a honra de usar a minha arma.

Encarei Sanzu um pouco desconfortável, não me levem a mal, matar não é o problema e sim abrir fogo cruzado em uma pista com civis.

-- Não vamos fazer isso. -- Ele apertou o volante.

-- Terá de confiar em mim rosado, acho que já mostrei que sou mais do que o suficiente para resolver esse tipo de inconveniente. -- Sanzu fez um drift com o carro virando completamente e mudando a trajetória, agora íamos em direção aos perseguidores e o rosado puxou a arma, a destravou, abriu a janela e mirou no vidro do carro que nos seguia atirando de primeira e acertando o motorista.

-- Pronto boneca, um tiro de aviso, agora se segura. -- Colocando a arma em meu colo, o rosado passou para a outra pista dirigindo como se nada houvesse acontecido, revirei meus olhos divagando sobre a situação. Tem horas que lidar com Sanzu é um inferno.

-- Deveria me escutar Haru. -- Ele estalou a língua no céu da boca.

-- Você me chamou assim de madrugada. Haru... Gemeu gostoso pelo meu nome boneca -- Revirei os olhos, tentando afastar a vergonha.

-- Não é hora para isso, volta pra mansão por favor, minhas coisas estão lá. -- Afirmei.

-- A essa altura está tudo no jatinho. Não tem motivos para eu recuar, vamos para o aeroporto.

Irredutível e irritante, são as palavras que se aplicam a ele. Sanzu fez exatamente o que planejou e eu simplesmente peguei meu telefone e liguei para Yekaterina tendo os olhos turquesa sobre mim:

-- Kate, preciso que verifique uma placa pra mim. -- Passei o número para ela e aguardei.

-- É fria, estão com problemas?

-- Digamos que alguém não gostou de saber sobre o meu noivado. -- Afirmei, uma vez que, quando Kaesa deu aquela festa e fechou negócios com Sanzu, ficou explícito que agora eu sou dele. Kate exigiu o número da rodovia por onde passamos e eu entreguei, ela mutou o telefone por alguns minutos e fiz o mesmo com o meu.

-- Que porra você pensa que está fazendo? E se essa vagabunda estiver por trás disso? -- Haruchiyo estava estressado.

-- Ela não está. Yekaterina responde pelo meu pai por meio de Kaesa.

-- Pra ser uma traidora falta um pulo. -- Massageei minhas têmporas antes de encará-lo.

-- Não é assim que uma dívida de sangue funciona. Olha, por que você não fica quieto e me deixa resolver? Essa não é a sua jurisdição Sanzu, aqui você é um convidado que está fodendo com tudo por que ficou putinho. Então apenas dirija em silêncio!

Ele sorriu de lado, obviamente que pagarei por isso, mas não ligo.

-- Desmutei o telefone ouvindo-a reclamar, coloquei o telefone no viva voz para que Haru ficasse consciente de como deve agir:

-- Vazou a sua localização, não sabemos ainda quem era o infiltrado na festa que pelo visto quer atingir seu pai.

-- Estou a caminho da mansão...

-- Não acho seguro, se estão te seguindo Provavelmente já adentraram a casa. Kaesa mandou doze patrulhas da polícia para lá, já estamos resolvendo.

-- Nesse caso Kate, deixarei com vocês.

-- Só mais uma coisa. A informação chegou agora, parece que sua mãe está nisso. -- Baixei meu olhar e respirei pesado.

-- Obrigada Kate, tomaremos cuidado. -- Desliguei o telefone e encarei a janela, me recuso a acreditar que minha mãe está envolvida nisso, tem alguma coisa errada e eu só vou descobrir quando estiver no Japão, pois, nem na Coreia será fácil de lidar.

Karma | SanzuOnde histórias criam vida. Descubra agora