XIII

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Meu corpo está completamente em colapso, a restrição de sono por três dias me deixou desesperada e para completar já não sinto meus dedos de tanto cansaço, das minhas mãos pingam sangue e essa é a primeira vez que eu passo tanto tempo lutando. Carreguei minha arma uma última vez antes de sair do meu esconderijo e espero que Sanzu esteja fazendo a parte dele.

KAESA

Pertencer à família nunca foi fácil, mas Kim está acostumada e não posso simplesmente deixar que um gângster qualquer entre nos meus acordos por pura conveniência.

-- Aqui está senhor. -- Yekaterina adentrou a sala com um envelope minucioso contendo toda a vida do rosado com quem Kim está casada e isso me leva a pensar nos motivos já que dentro dos nossos padrões existem dois tipos de casamento:
Aquele que não passa de um acordo de união, onde os jovens não precisam se conhecer, são os pais ou líderes que fecham o negócio. Nesse caso sempre há uma festa e um anúncio para que todos fiquem a par da situação e o segundo é o quitamento de dívida, esse é mais vergonhoso quando se trata de filhos de líderes, onde o casamento passa a ser uma mera formalidade e infelizmente se encaixa no perfil atual de Kim, o que me leva a pensar que Taehyun cometeu algum erro fora de sua jurisdição.

Bebi meu chá vislumbrando a garota, ela está se saindo bem, muito bem e de certa forma isso é bom, porque se o noivo morrer finalmente Kim fica livre para se casar com um dos meus filhos, mesmo que eu pretenda matá-lo depois.
Como eu disse antes, essa garota tem muito poder a oferecer simplesmente para quem a obtiver e é somente pela dívida de sangue que eu tenho com Taehyun que ela ainda não me pertence, mas admito que me afeiçoei. Kim é adorável e se não fosse a primogênita talvez, só talvez tivesse uma chance de ter uma vida melhor, ao invés disso, está há três dias sendo caçada por mercenários russos escolhidos a dedo por mim.


[...]

KIM

Eu perdi a noção do tempo quando finalmente cheguei na área de remoção segura, adentrei o helicóptero e me deitei no banco, quem iria me remover daqui é um dos filhos de Kaesa, e agora distante desse local posso vislumbrar o gelo entre as árvores, floresta branquinha e as marcas vermelhas que deixei. Foi inevitável não me sentir culpada, eu preferia estar presa, cooperando com o FBI e traindo meu pai do que ter sangue, mesmo que não seja inocente em minhas mãos.

Passei uns bons minutos no céu até chegarmos a um heliporto localizado em um prédio bem alto, quando pousamos notei que havia uma médica ao lado de Kaesa e Yekaterina.

-- Se saiu muito bem moya printsessa. -- Kaesa afirmou.

-- E pelo visto seu marido também. Yekaterina leve-a para ser examinada, ainda temos mais alguns dias de muita diversão.

[...]

Yekaterina me fez companhia, averiguando e se certificando de que todas foram extremamente minuciosos nos exames.

Depois de um banho e uma boa refeição, paramos na cobertura do hotel, onde ela ligou a televisão.

-- O seu homem é um assassino nato. Se Kaesa tivesse armado para ele não seria fácil. -- Se sentou ao meu lado bebendo um pouco de suco e foi então que tudo começou a fazer sentido pra mim. Meu padrinho não tem motivo algum para nos testar, mas, uma vez ouvi dizer que ele é meu pai, tem questões pendentes que só podem ser sanadas com sangue, não deles mesmo ou de familiares e sim de qualquer um que for contra.
Kaesa nunca planejou isso, foi tudo o meu pai... Me deitei na cama um pouco revoltada com a conclusão dos meus pensamentos e encarei a loira que parecia entender.

Karma | SanzuOnde histórias criam vida. Descubra agora