Capítulo Oito - Magia, Guerra e Preconceito.

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Lyra chegou à porta de entrada, mas Sofia já havia desaparecido, mesmo tendo prometido acompanhá-la pelo menos no primeiro dia. Os corredores da escola pareciam organizados com ruas de uma cidade planejada, as paredes eram cobertas de azulejos brancos com uma linha dourada marcando o centro da parede.

— Dourado e preto são as cores da caverna... — Disse em voz alta, os corredores estavam vazios, mas era possível ouvir vozes de dentro das salas, ela estava atrasada, o que era péssimo, mas ao menos poderia dar uma olhada melhor na academia.

Mas os corredores longos cruzavam entre si e pareciam levar aos mesmos lugares, o ambiente era muito claro, a luz parecia vir das paredes e do teto, Lyra teve uma sensação ruim de que um dia sairia para procurar um banheiro e se perderia sem chances de ser encontrada antes de morrer de fome. 

Estava pensando se existiria um feitiço para teletransportá-la para a porta da academia quando a porta de uma sala à sua frente se abriu, revelando uma menina, o que causou um susto tão grande em Lyra que ela se viu recuando ate encostar na parede oposta.

— Oi, você é a Lyra? — A estranha sorria, estava muito feliz, parecia ter a idade de Lyra, seus cabelos loiros cacheados a faziam parecer uma atriz mirim dos filmes antigos. —Desculpe-me se te assustei.

Lyra murmurou algo sobre a garota usar um sino para não causar um ataque cardíaco em alguém, mas o sorriso da outra garota apenas se abriu ainda mais.

— Me acompanhe, vou te apresentar a academia.

A garota se apresentou como Natacha e havia se voluntariado para acompanhá-la. Elas percorreram corredores, passando por salas de aula e auditórios, todos pareciam cheios, e Lyra se perguntava se seu atraso lhe renderia uma advertência logo no primeiro dia. Natacha as fazia praticamente correr, apresentando as salas rapidamente e sem detalhar muita coisa, passaram pela diretoria que emanava autoridade, mas, diferente das escolas normais, aquela dava a sensação de queimação de alguma forma.

— Não incomode os professores se não for realmente necessário, e tente ficar fora de vista da diretora — dizia Natacha.

Lyra queria dizer que aquilo era óbvio, mas achou melhor não questionar, já que a garota também emanava uma energia misteriosa. Finalmente, elas pararam em frente a uma porta grande.

— A biblioteca — a voz de Natacha soava um pouco sonhadora — você vai passar um bom tempo aqui. A garota levantou as sobrancelhas ao ver os olhos de Lyra brilharem. — Certo... Pode esperar aqui por um instante? Eu volto já.

Ela abriu a porta, e os olhos de Lyra brilharam ainda mais. O lugar era enorme, realmente parecia ainda maior do que a própria academia vista por fora. As paredes estavam lotadas de estantes e livros, computadores espalhados em mesas por toda parte, e o que Lyra mais amou: os títulos. Desde "Como Conjurar Feitiços básicos" até "História da Magia volume 194.6b" ela correu para dentro da biblioteca como uma criança corre por uma loja de doces.

Natacha ficou parada do lado de fora, observando tudo. Parecia estar decidindo se ria ou não, por fim fechou a porta aos poucos, tomando cuidado para não fazer barulho.

Lyra correu e encarou os livros como se pudesse absorver o conhecimento apenas pelos títulos. Ela desejava ter uma cesta para carregar os livros. De repente, um carrinho apareceu à sua frente, e ela arregalou os olhos novamente. Decidiu não questionar aquilo naquele momento e saiu com o carrinho, recolhendo livros rapidamente. Quando o carrinho já estava completamente cheio, ela desejou uma mesa. Já estava indo em direção a uma, quando do chão surgiu uma enorme mesa, com cadeiras o bastante para muitas pessoas se sentarem. Provavelmente, a biblioteca não imaginava que Lyra havia pegado todos aqueles livros para ler sozinha.

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