Capítulo Trinta - Infiltrados

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A cidade do Rio de Janeiro estava tingida de dourado pelo sol poente, seus raios quentes refletindo nas paredes desgastadas dos prédios. As sombras alongadas dos grandes edifícios se estendiam por cima dos barracos e casas simples, deixando os becos estreitos da favela no escuro. Latas de lixo, caixotes de madeira e paredes de tijolos gastos compunham a paisagem, grafites coloridos desgastados, desenhados uns sobre os outros decorava as fachadas.

Nesse cenário, Dick, Sofia e Cassie aguardavam na face sul do corcovado. Eles haviam perseguido os adolescentes da irmandade de Maia, o que a principio parecia uma tarefa simples, mas, quando os adolescentes chegaram a estrada das paineiras, um deles — O que tinha pedido a espada para Dick — Fez surgir o que parecia ser a tampa de um bueiro no chão e todos os adolescentes entraram ali, logo depois a tampa desapareceu, deixando o trio confuso para trás.

Não havia ninguém na mata, onde eles estavam, ao menos assim não precisavam se preocupar em serem descobertos.

— O que acha que aconteceu? — Cassie perguntou enquanto batia os pés no chão, como se esperasse que a tampa reaparecesse.

— Eles não desapareceram do nada, mas, se não me engano, aqui embaixo passa o túnel Rebouças. — Dick coçava a barba rala enquanto tentava imaginar.

— Fica uns... 140 metros abaixo da superfície, Dick. — Sofia revirou os olhos. — Acha que cavaram ate lá?

— Lembre que apenas nós estamos limitando nosso uso de magia, eles não ligam para isso... É capaz de estarem indo a entrada norte do túnel.

— É longe demais para ir andando. — Sofia lembrou.

— Eles podem abrir outro buraco e saírem onde quiserem. — Cassie acrescentou.

Dick ainda segurava a espada de quatro fios, franziu a testa para ela.

— Eles estão focados em conseguir armas para nos atacar.

— Ate onde vocês me contaram eles estão com medo da republica. — Cassie lembrou. — Ate eu fico preocupada com isso, é um universo mais velho e mais avançado, o universo civil não teria chance nenhuma.

— Para a republica invadir o universo civil teria que vencer o império. — Sofia se recostou em uma arvore. — Seria uma guerra civil no universo supremo.

— Ainda não entendo nada disso.

— O universo supremo é o mais antigo, quem governa é a republica, possuem a tecnologia mais avançada, e números muito maiores do que qualquer outro exército. Há também o império, foi o primeiro governo unitário, mas atualmente não governam nada, fazem mais ações de caridade para ajudar a conter a fome, mas são tratados como... um tipo de sociedade separada.

— E você acha que podem lutar contra a republica?

— Com certeza e talvez até vencer. — enquanto falava, Sofia arrancava um pouco de grama do chão. — Pois é, o império é composto por magos imortais, mesmo a tecnologia da republica não pode fazer tudo o que eles fazem com magia.

— E a republica quer invadir o universo civil para combater a fome no universo deles?

— Duvido! — Dick negou com a cabeça. — Eles já combatem a fome muito bem, tem uma maquina que recicla moléculas, transformam qualquer coisa orgânica em suprimentos. Se a republica quer a guerra, é por poder.

— Estão usando a fome para justificar?

Dick e Sofia assentiram.

— Mas o império impediria, eles seguem as leis antigas que proíbem à interferência, além disso o universo de Claridia também impediria, somos responsáveis pela proteção do universo civil. — Dick acrescentou.

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